Membros da Otan garantiram ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, nesta quarta-feira, que manteriam a ajuda militar ao país enquanto se prepara para outro inverno de guerra, mesmo com a atenção ocidental focada nas consequências do ataque do Hamas a Israel.
Por Andrew Gray e Idrees Ali | Reuters
BRUXELAS - As garantias foram asseguradas pelos comandantes de Defesa quando Zelenskiy visitou a sede da Otan em Bruxelas pela primeira vez desde que a Rússia lançou a sua invasão total da Ucrânia em fevereiro do ano passado.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, participa numa conferência de imprensa, em Bruxelas 11/10/2023 REUTERS/Yves Herman |
A visita teve como pano de fundo não só a turbulência violenta no Oriente Médio, mas também a turbulência política no Congresso dos EUA, que atrasou a aprovação da ajuda à Ucrânia.
Zelenskiy, que destacou a necessidade da Ucrânia de mais sistemas de defesa aérea, fez comparações explícitas entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o grupo islâmico palestino Hamas, responsável pelos ataques a Israel.
"A defesa aérea de inverno é uma parte significativa da resposta à questão de quando essa guerra terminará e se ela terminará de forma justa para a Ucrânia", disse.
"Precisamos vencer a batalha de inverno contra o terror e podemos vencê-la", acrescentou ele em uma reunião de ministros de Defesa da Otan e de cerca de 20 outros países que fornecem ajuda militar à Ucrânia em um fórum liderado pelos Estados Unidos conhecido como Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse estar confiante de que os membros da aliança militar continuarão a apoiar a Ucrânia, uma vez que é do seu próprio interesse de segurança.
“Temos a capacidade e a força para enfrentar diferentes desafios ao mesmo tempo”, acrescentou. “Não podemos nos dar ao luxo de escolher apenas uma ameaça e um desafio.”
Stoltenberg disse que Putin está "se preparando mais uma vez para usar o inverno (no hemisfério norte) como arma de guerra", atacando a infraestrutura de energia na Ucrânia.
"Precisamos evitar isso e, com recursos mais avançados e ampliados de defesa aérea, podemos fazer uma grande diferença", disse Stoltenberg.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, transmitiu mensagem semelhante.
“Em termos da nossa capacidade de continuar a apoiar os esforços na Ucrânia e também os esforços em Israel, com certeza podemos fazer as duas coisas e faremos as duas”, disse Austin aos repórteres.
(Reportagem de Marine Strauss, Andrew Gray, Idrees Ali, Sabine Siebold, e Olena Harmash)