Minusma deve deixar país até o fim do ano, mas expressa preocupações com segurança em meio à retirada acelerada de tropas e pessoal civil; equipe destaca necessidade de cooperação e alerta sobre perdas materiais de equipamentos devido a restrições de movimento.
ONU News
A ONU destaca a responsabilidade do governo de Transição do Mali pela segurança e proteção das forças de manutenção da paz e pede toda a cooperação necessária para facilitar a retirada da missão no país, Minusma.
Soldados de paz servindo na Missão da ONU no Mali numa patrulha de longa distância entre Gao e Ansongo (arquivo) | Minusma/Fred Fath |
Em uma nota divulgada pela equipe das Nações Unidas no Mali, a entidade apela a todas as partes para que permitam que todas as fases da retirada aconteçam de forma segura e ordenada até 31 de dezembro.
Segurança em deterioração
Na última semana, a Minusma concluiu a retirada das tropas e pessoal civil da sua base em Tessalit. No entanto, a missão ainda está preocupada com a segurança de um comboio terrestre que se dirige a Gao, numa viagem de mais de 550 km.
Este foi o primeiro fechamento de um campo na região de Kidal, no norte do Mali. A operação aconteceu em meio a piora da situação de segurança, o que põe em perigo a vida de centenas de militares e civis.
Em 19 de Outubro, um avião da Minusma foi atingido quando pousava em Tessalit. Não houve feridos na tripulação nem grandes danos à aeronave.
Nos próximos dias, a missão deve deixar a comunidade de Aguelhok. Em Kidal, a equipe está avaliando de perto a situação, com o intuito de ajustar o plano.
A Missão afirma que está continuamente se adaptando às evoluções no terreno e a uma série de restrições logísticas, buscando sempre a segurança de suas equipes.
Destruição de equipamentos
A Minusma explica que a retirada acelerada resulta na destruição de equipamentos, como veículos, equipamentos, munições, geradores e outros ativos, causando perdas materiais e financeiras significativas.
O material deveria ser devolvido aos países que contribuem com tropas ou realocados para outras missões de paz das Nações Unidas.
A ONU levou as questões ao Conselho de Segurança e aos países que contribuem com tropas sobre a situação, bem como para o Governo do Mali, que têm sido informado ao longo do processo.
Segundo a Minusma, essas perdas poderiam ter sido evitadas se os 200 caminhões, retidos em Gao desde 24 de setembro de 2023 devido a restrições de movimentação, tivessem sido autorizados a seguir para a região de Kidal para coletar e transportar equipamentos de três bases, como parte do plano geral de retirada da Missão.