Na comparação com os nove primeiros meses do ano passado, alta já é de 27%
Isabelle Saleme | CNN
São Paulo - O número de fuzis apreendidos no Rio de Janeiro nos três primeiros trimestres do ano já supera a quantidade de 2022.
Até setembro, foram apreendidos 487 fuzis — quase dois por dia, em média. Nos doze meses de 2022, foram 478, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Se compararmos os anos considerando apenas os nove primeiros meses, houve um aumento de 27% na quantidade de armas do tipo apreendidas. Até setembro de 2022, foram 383 apreensões.
Fuzis apreendidos ano a ano no RJ2023 (até setembro) – 487 fuzis apreendidos
- 2022 – 478 fuzis apreendidos
- 2021 – 355 fuzis apreendidos
- 2020 – 284 fuzis apreendidos
- 2019 – 550 fuzis apreendidos
- 2018 – 493 fuzis apreendidos
- 2017 – 499 fuzis apreendidos
- 2016 – 369 fuzis apreendidos
- 2015 – 344 fuzis apreendidos
- 2014 – 279 fuzis apreendidos
- 2013 – 256 fuzis apreendidos
- 2012 – 246 fuzis apreendidos
- 2011 – 260 fuzis apreendidos
- 2010 – 257 fuzis apreendidos
- 2009 – 210 fuzis apreendidos
- 2008 – 183 fuzis apreendidos
- 2007 – 214 fuzis apreendidos
Armas do Exército
Os números de armas apreendidas foram divulgados pelo governo fluminense após a Polícia Civil do Rio informar, na última quinta-feira (19), que recuperou oito das 21 metralhadoras que desapareceram do arsenal de guerra, em um quartel das Forças Armadas, em Barueri, na região metropolitana da capital paulista. Os armamentos encontrados estavam dentro de um carro roubado no bairro de Gardênia Azul, na zona oeste da capital fluminense.
Outras nove armas foram encontradas em Carapicuíba, cidade vizinha a Barueri, na madrugada deste sábado (21). Com isso, foram encontrados 17 dos 21 armamentos desaparecidos.
Segundo o especialista em segurança pública Paulo Storani, a existência de armas desviadas das forças de segurança são uma grande preocupação.
“O desvio de material bélico das Forças Armadas e também das polícias é sempre um grave problema, uma vez que é um material controlado, que deveria estar sendo bem guardado”, disse Storani. “E, quando ocorre, mostra vulnerabilidade desse sistema de guarda e de proteção, e é também necessário que seja responsabilizado e que as estruturas sejam melhoradas para que isso não ocorra”.
Mas Storani aponta que a maior parte das armas recuperadas no Rio não é fruto de desvio. “Diante de um todo de armas que foram apreendidas, e esse ano aqui no Rio de Janeiro tivemos recorde, a quantidade de armas que foram originárias dessas reservas de armamentos é muito reduzida. Elas ocorrem mas não tem representatividade na quantidade de armas que são apreendidas porque as rotas que elas acontecem são pouco fiscalizadas, principalmente portos e aeroportos, mas que acabam, no final das contas, produzindo essa grande quantidade que nós temos apreendido nos últimos tempos”, disse à CNN.