O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a escalada do conflito nas últimas semanas entre Israel e o grupo militante palestino Hamas não se trata de uma guerra, mas um "genocídio" que já levou à morte de milhares de crianças.
Reuters
BRASÍLIA - "É muito grave o que está acontecendo nesse momento no Oriente Médio", disse Lula em discurso durante instalação do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 28/08/2023 REUTERS/Adriano Machado © Thomson Reuters |
"Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou quem está errado. O problema é que não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas", acrescentou.
O presidente ainda afirmou que conversará nesta quarta-feira com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, para tentar encontrar uma solução a fim de repatriar os brasileiros que desejam sair da Faixa de Gaza.
O Catar é um dos países da região que possui relação mais próxima com os militantes do Hamas e tem mantido discussões abertas com os dois lados do conflito.
Na terça-feira, Lula já havia dito que seguia conversando com líderes de todo o mundo para estabelecer um corredor humanitário na Faixa de Gaza e repatriar os brasileiros no enclave. Ele enfatizou a necessidade de garantir suprimentos essenciais para civis na região, que tem sido alvo de ataques em massa das forças israelenses.
Ele também havia afirmado que, apesar de condenar os ataques do Hamas como um ato terrorista, nada justificava a morte de civis em Gaza em ataques retaliatórios realizados por Israel.
Também na terça, o presidente reiterou que seu objetivo é tirar o conflito do campo de batalha e levar para a mesa de negociação a fim de evitar que mais civis sejam afetados.
"Em uma mesa de negociação não morre ninguém, custa mais barato e a gente pode encontrar a solução", disse na ocasião.
Pelo menos 6.546 palestinos, incluindo 2.704 crianças, foram mortos e 17.439 ficaram feridos em ataques israelenses desde 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde em Gaza, controlada pelo Hamas, nesta quarta-feira.
Israel lançou os ataques em Gaza depois que militantes do Hamas atacaram cidades no sul do país, matando 1.400 pessoas, a maioria civis, e fazendo mais de 200 pessoas reféns.
Por Lisandra Paraguassu, em Brasília, e Fernando Cardoso, em São Paulo