Declaração acontece em meio a embates entre forças israelenses e do Hezbollah na fronteira entre os países
Hande Atay Alam | CNN
O Líbano está pedindo a Israel que declare um cessar-fogo de 48 horas, afirmou à CNN o ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib, dizendo que “então saberemos exatamente quem está começando o quê“.
Tanque israelense posicionado perto da fronteira com o Líbano 09/10/2023 REUTERS/Ammar Awad |
Habib pontuou a Poppy Harlow, da CNN, nesta sexta-feira (20) que seu país está muito preocupado com a possibilidade de a guerra se espalhar pela região.
“Realmente não queremos a guerra. O governo não quer a guerra. Estamos dialogando com os vários grupos. Mas é incontrolável, porque tudo depende do que aconteceu em Gaza”, ponderou Bou Habib.
Enquanto Israel se prepara para a próxima fase da guerra com o Hamas em Gaza, o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem trocado tiros com as forças israelenses na fronteira no norte de Israel e no sul do Líbano.
Mais cedo nesta sexta-feira, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), tenente-coronel Peter Lerner, afirmou à CNN: “O governo do Líbano, qualquer coisa que aconteça em seu território soberano, eles são responsáveis e serão responsabilizados. Ele é um estado soberano. Tem controle sobre suas fronteiras.
“Eles têm a responsabilidade de garantir que terroristas como o Hezbollah, um exército terrorista, não lancem ataques contra Israel”, adicionou.
Em resposta aos comentários de Lerner, o ministro das Relações Exteriores, Habib, ressaltou que Israel está “piorando a situação com o seu discurso”.
“Vamos pedir um cessar-fogo e ver o que acontece, em vez de ameaçar”, destacou.
Quando Harlow perguntou a Habib se o seu governo tem controle sobre o Hezbollah, ele disse: “As pessoas estão interligadas aqui, politicamente e até mesmo em termos de sangue. Portanto, não podemos impedi-los de fazer alguma vingança se realmente a situação em Gaza piora”.
“Eles (o Hezbollah) não querem uma guerra. Mas você não pode controlá-la. Tudo depende, novamente, do que acontecer em Gaza, da invasão de Israel a Gaza”, acrescentou.