O Hamas disse aos mediadores que negociam a libertação de reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro em Israel que libertará algumas pessoas estrangeiras nos próximos dias, disse o porta-voz das brigadas Al Qassam, o braço armado do grupo palestino, nesta terça-feira (31). Desde o início da escalada, autoridades libanesas e ONGs, incluindo a Anistia Internacional, acusam Israel de usar fósforo branco contra vastas regiões e civis, o que configuraria crime de guerra.
RFI
Abu Oubaida, porta-voz do Hamas, não deu detalhes sobre o número de reféns que seriam libertados, ou sua nacionalidade, em um vídeo transmitido via Telegram.
Palestinos procuram sobreviventes nos escombros de edifícios no campo de refugiados de Jabalya, arrasados por um bombardeio israelense, em 31 de outubro de 2023, na Faixa de Gaza. REUTERS - STRINGER |
Ele também anunciou que soldados israelenses haviam sido feridos e mortos em confrontos em três locais com as brigadas Al Qassam. Vinte e dois veículos militares israelenses foram destruídos, ainda segundo ele.
Oubaida relatou que a unidade naval das brigadas utilizou pela primeira vez desde o início da guerra um míssil submarino chamado "Asif".
A Reuters não conseguiu confirmar essas informações de forma independente.
O Exército israelense disse que não havia sido informado sobre os ataques relatados pelo Hamas.
Líbano acusa Israel de usar fósforo branco
O Líbano instruiu sua missão na ONU também nesta terça-feira (31) para apresentar uma queixa contra Israel, que acusa de usar fósforo branco em seus ataques para causar incêndios no sul do país, de acordo com diplomatas libaneses.
O exército israelense e o Hezbollah trocam tiros diariamente na fronteira entre Israel e o Líbano desde o início da guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro.
O exército israelense respondeu ao ataque às suas posições bombardeando os arredores de várias cidades fronteiriças e as posições dos combatentes do Hezbollah, causando incêndios que destruíram vastas áreas de vegetação e milhares de oliveiras.
"Eu instruí a missão libanesa na ONU a apresentar uma nova queixa ao Conselho de Segurança para condenar o uso de fósforo branco por Israel em seus repetidos ataques ao Líbano e a queima deliberada de florestas", disse o Ministério das Relações Exteriores do Líbano na terça-feira, citando o chefe da diplomacia libanesa, Abdallah Bou Habib.
Os confrontos deixaram pelo menos 62 pessoas mortas no Líbano, de acordo com uma contagem da AFP, incluindo quatro civis. Desde o início da escalada, autoridades libanesas e ONGs, incluindo a Anistia Internacional na terça-feira, acusaram Israel de usar fósforo branco.
"Graças a uma investigação preliminar realizada pelo Ministério da Agricultura (...), detectamos 128 incêndios resultantes do bombardeio do inimigo israelense com fósforo branco", disse o ministro da Agricultura, Abbas Haj Hassan.
Os bombardeios israelenses "queimaram completamente pelo menos 40.000 oliveiras, além de vastas áreas de floresta", acrescentou, condenando "uma violação total da soberania do Líbano".
As bombas de fósforo são armas incendiárias cujo uso é proibido contra civis, mas não contra alvos militares, de acordo com uma convenção assinada em Genebra em 1980. De acordo com a agência de notícias oficial libanesa Ani, pelo menos um incêndio ainda não havia sido extinto na terça-feira.
Mais cedo, a Anistia Internacional disse ter "evidências do uso ilegal de fósforo branco por Israel", entre 10 e 16 de outubro no sul do Líbano.
Um dos ataques "deve ser investigado como crime de guerra porque foi indiscriminado e feriu pelo menos nove civis" no vilarejo de Dhayra, disse a ONG em um comunicado.
Em meados de outubro, a Human Rights Watch (HRW) também acusou Israel de usar fósforo branco em Gaza e no Líbano nos dias 11 e 12 de outubro. "Negamos essas alegações", disse um porta-voz do exército israelense em resposta.
Egito se prepara para receber feridos palestinos
As autoridades egípcias estão se preparando para receber na quarta-feira os palestinos feridos vindos da Faixa de Gaza, que tem sido bombardeada implacavelmente por Israel, anunciaram fontes médicas e de segurança na terça-feira.
"Equipes médicas estarão presentes amanhã (quarta-feira) na passagem (de Rafah) para examinar os casos vindos (de Gaza) assim que chegarem (...) e determinar os hospitais para os quais serão enviados", disse à AFP um funcionário médico da cidade egípcia de Al-Arich. Uma fonte de segurança na passagem de Rafah confirmou a informação.
(Com AFP)