Sete ativistas presos a pedido de financiamento da segurança nacional que destinaria US$ 14,3 bilhões para apoiar os esforços militares de Israel
Por Umar A Farooq | Middle East Eye em Washington
Um grupo de manifestantes interrompeu repetidamente uma audiência no Senado dos EUA na terça-feira, onde o secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, falavam sobre um pedido de orçamento de US$ 106 bilhões, dos quais US$ 14 bilhões iriam para Israel em meio à campanha de bombardeios e invasão terrestre de Gaza.
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| Ativistas erguem as mãos com tinta vermelha para simbolizar que Biden tem sangue nas mãos em referência ao assassinato de palestinos por Israel em Gaza, durante uma audiência no Senado em 31 de outubro de 2023 (Divulgação) |
Vários manifestantes gritaram repetidamente "Cessar-fogo agora!" com as mãos cobertas de tinta vermelha - uma referência de que o governo Biden tinha "sangue nas mãos" - sobre a morte de civis palestinos por Israel.
Um de cada vez, os ativistas esperaram que Blinken começasse seu depoimento antes de gritar por ele.
"Nenhum senador está pedindo um cessar-fogo, vergonha para todos vocês!", gritou um manifestante.
Depois de várias interrupções individuais, o grande grupo se levantou e gritou: "Blinken você está financiando o genocídio!" e "Blinken você tem sangue em suas mãos!"
"Da Palestina ao México, todos os muros têm que ir! Defund genocídio! Deixem Gaza viver", gritava o grupo, referindo-se ao orçamento que pedia a alocação de fundos para a fronteira sul dos EUA.
Gabriela Viera, gerente sênior de advocacy da Detention Watch Network, disse ao MEE que "militarizar nossas fronteiras e encarcerar migrantes nunca tornou nossas comunidades mais seguras, e nem propagar essa agenda no exterior".
Sete ativistas foram presos por sua participação no protesto. Uma interrupção separada também foi organizada pelo grupo antiguerra CodePink.
Durante cada momento de interrupção, Blinken parou seu discurso para esperar que os ativistas fossem removidos antes de continuar. Em seguida, perto do fim de seu discurso, ele fez um apelo vago aos manifestantes.
"Também ouço muito a paixão expressa nesta sala e fora dela. Todos nós estamos comprometidos com a proteção da vida civil", disse Blinken depois que muitos dos ativistas foram escoltados à força para fora da sala.
O protesto, organizado por Muslim for Just Futures, Detention Watch Network e vários outros grupos progressistas, é uma das muitas interrupções organizadas por ativistas pró-Palestina em todo o país.
Em Cambridge, cerca de 200 manifestantes protestaram em frente à fabricante israelense de armas Elbit Systems. Nove pessoas foram presas, segundo a imprensa local.
Biden se recusa a apoiar cessar-fogo
O governo Biden se recusou a pedir um cessar-fogo para o conflito até agora e, em vez disso, ofereceu apoio ao bombardeio aéreo de Israel a Gaza e a uma incursão terrestre na Faixa de Gaza.
A campanha de Israel foi uma resposta a um ataque lançado ao sul de Israel pelo Hamas e outros grupos armados palestinos em Gaza em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.400 israelenses.
Até agora, mais de 8.000 palestinos foram mortos por ataques aéreos israelenses, incluindo 3.542 crianças e 2.187 mulheres. Ataques aéreos maciços contra o campo de refugiados de Jabaliya em Gaza na terça-feira mataram pelo menos 100, com algumas autoridades palestinas estimando que até 400 foram mortos ou feridos.
"Quando se trata de um cessar-fogo neste momento, você está exatamente certo, isso simplesmente consolidaria o que o Hamas foi capaz de fazer e permitiria que permanecesse onde está, e permitiria que potencialmente repetisse o que fez", disse Blinken na audiência na terça-feira.
Na semana passada, o governo Biden apresentou o pedido de orçamento de emergência, que incluiria dinheiro para a luta da Ucrânia contra a Rússia, fundos para a fronteira sul dos EUA, bem como dinheiro para Israel.
Embora a maior parte do financiamento seja para a Ucrânia, ainda inclui US$ 14,3 bilhões para Israel.
O MEE informou anteriormente que o pedido de orçamento inclui fundos para as "necessidades potenciais dos habitantes de Gaza que fogem para países vizinhos".
Em uma carta de 20 de outubro, o Escritório de Orçamento e Gestão disse que a crise atual "pode muito bem resultar em deslocamento através da fronteira e maiores necessidades humanitárias regionais e o financiamento pode ser usado para atender aos requisitos de programação em evolução fora de Gaza".
A carta, juntamente com uma pressão para que o Egito abra um corredor humanitário e a relutância das autoridades americanas em pedir moderação israelense, levantou temores de que a Casa Branca esteja endossando o deslocamento em massa de palestinos de Gaza.
