O capitão da seleção egípcia de futebol foi criticado por não se manifestar em defesa dos palestinos.
Al Jazeera
O egípcio Mohamed Salah, jogador de futebol do Liverpool, pediu o fim dos "massacres" em Gaza, dizendo que a ajuda humanitária deve ser imediatamente permitida no enclave palestino sitiado.
O atacante egípcio Mohamed Salah do Liverpool (Foto: Carl Recine/Reuters) |
O atacante de 31 anos fez seus primeiros comentários sobre o aprofundamento do conflito entre Israel e Gaza nesta quarta-feira, em meio à crescente indignação com a morte de quase 500 pessoas em uma explosão no Hospital Árabe Al-Ahli, na Cidade de Gaza.
As autoridades palestinas dizem que a explosão foi causada por um ataque aéreo israelense. Israel diz que a explosão foi resultado de um disparo de foguete lançado pelo grupo armado Jihad Islâmica Palestina (PIJ). O PIJ rejeitou a alegação.
"Nem sempre é fácil falar em um momento como esse. Houve muita violência e muito desgosto e brutalidade", disse Salah em um vídeo postado para seus 62,7 milhões de seguidores no Instagram.
O futebolista, que é capitão da seleção do Egito, foi criticado por não se pronunciar em defesa dos palestinianos, e alguns críticos iniciaram uma campanha online para deixar de segui-lo nas redes sociais.
"A escalada das últimas semanas é insuportável de testemunhar. Todas as vidas são sagradas e devem ser protegidas. Os massacres precisam parar, as famílias estão sendo dilaceradas."
Vencedor da Liga dos Campeões e da Premier League com o Liverpool, Salah é um dos atletas mais populares do mundo árabe.
Gaza está sitiada desde 7 de outubro, quando combatentes do Hamas lançaram um ataque surpresa contra Israel, matando cerca de 1.400 pessoas e levando outras em cativeiro. Israel declarou guerra em resposta, submetendo o território de 2,3 milhões de pessoas a bombardeios implacáveis. Cerca de 3.480 palestinos foram confirmados mortos nos ataques.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voou para Tel Aviv na quarta-feira e disse que Israel concordou com seu pedido de permitir a entrada de ajuda em Gaza em meio à crescente preocupação com a diminuição de suprimentos e alertas de uma catástrofe humanitária.
O enclave já vinha sofrendo um bloqueio israelense de 16 anos.
O Egito disse que permitirá que 20 caminhões transportem ajuda humanitária para Gaza através da passagem de Rafa, no sul do território.
"O que está claro agora é que a ajuda humanitária a Gaza deve ser permitida imediatamente. As pessoas lá estão em condições terríveis", acrescentou Salah.
"As cenas no hospital ontem à noite foram horríveis. O povo de Gaza precisa urgentemente de alimentos, água e suprimentos médicos.
"Peço aos líderes mundiais que se unam para evitar mais massacres de almas inocentes – a humanidade deve prevalecer."