Três militares foram identificados como suspeitos de terem participado da ação de desvio de armas
Jussara Soares | CNN
Brasília - O Exército espera concluir em no máximo 30 dias o Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o furto de 21 metralhadoras, em setembro, no quartel de Barueri, na Grande São Paulo.
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Três militares foram identificados como suspeitos de terem participado da ação de desvio de armas do Arsenal de Guerra de São Paulo.
A Polícia Federal acompanha a investigação que vem sendo feita pelo Comando Militar do Sudeste. A suspeita é que militares possam ter sido cooptados por facções criminosas. Até agora ninguém foi preso.
Armas recuperadas
No sábado (21), a Polícia Civil de São Paulo recuperou cinco metralhadoras .50 e outros quatro fuzis 7,62 milímetros. As armas estavam em um lamaçal no interior paulista. Na última quinta-feira (19), outras oito armas foram encontradas no Rio de Janeiro.
De acordo com oficiais que acompanham a investigação, a expectativa é concluir o inquérito policial em breve, já com o pedido de prisão e indiciamento dos envolvidos. O esclarecimento do caso é tratado como prioridade pela Força.
Embora o furto tenha ocorrido em setembro, o Exército só soube do desaparecimento do armamento no dia 10 de outubro. O Inquérito Policial Militar que apura o caso foi aberto no dia seguinte.
Prazos
O IPM tem prazo de 40 dias para ser concluído, podendo ser estendido por mais 20. Porém, segundo oficiais que acompanham o inquérito, a previsão é que a investigação se encerre sem a necessidade de prorrogação.
Além do inquérito criminal, o Exército também abriu uma investigação administrativa contra cerca de 20 militares que possam ter facilitado ou se omitido no furto.
Segundo a Força, os envolvidos podem ser punidos por omissão, no caso de terem deixado de conferir o armamento; ou por facilitação, caso tenham liberado a entrada de pessoas não autorizadas em áreas restritas.
Defesas
Na quarta-feira (18), os militares alvo do procedimento administrativo, segundo oficiais, foram notificados a apresentar suas defesas em três dias. Agora, o Exército tem um prazo de oito dias para avaliar e julgar.
Um procedimento administrativo não vincula diretamente o militar ao crime. Porém, o resultado dessa apuração pode subsidiar o inquérito criminal.
O Comando Militar do Sudeste também está revendo todos os procedimentos de controle do Arsenal de Guerra por meio de auditorias externas.