Os Estados Unidos nesta sexta-feira emitiram uma segunda rodada de sanções contra o grupo palestino Hamas, após seu ataque a comunidades israelenses neste mês, incluindo uma autoridade do Hamas no Irã e membros da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.
Por Daphne Psaledakis | Reuters
WASHINGTON - O Departamento do Tesouro dos EUA disse em um comunicado que as medidas visavam ativos adicionais em uma carteira de investimentos do Hamas e pessoas que facilitavam a evasão de sanções por empresas afiliadas ao Hamas.
Soldado israelense caminha por casa destruída por ataque do Hamas no kibutz de Beeri, no sul de Israel 25/10/2023 REUTERS/Ammar Awad |
Uma entidade sediada em Gaza que, segundo o Tesouro, serviu de canal para envio de fundos iranianos ilícitos para o Hamas e para o grupo Jihad Islâmica Palestina também foi alvo, informou o departamento. O Irã apoia o Hamas e outros grupos militantes no Oriente Médio.
"A ação de hoje ressalta o compromisso dos Estados Unidos com o desmantelamento das redes de financiamento do Hamas, aplicando nossas autoridades de sanções antiterrorismo e trabalhando com nossos parceiros globais para negar ao Hamas a capacidade de explorar o sistema financeiro internacional", disse o vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, no comunicado.
"Não hesitaremos em tomar medidas para degradar ainda mais a capacidade do Hamas de cometer ataques terroristas horríveis, visando implacavelmente suas atividades financeiras e fluxos de financiamento."
Israel bombardeou a Faixa de Gaza, densamente povoada, após o ataque do Hamas em 7 de outubro contra comunidades no sul de Israel.
Segundo Israel, o Hamas matou cerca de 1.400 pessoas, incluindo crianças, e fez mais de 200 reféns, alguns deles bebês, no ataque.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse na quinta-feira que 7.028 palestinos foram mortos nos ataques aéreos de retaliação de Israel, incluindo 2.913 crianças.
A Reuters não conseguiu verificar os números de forma independente.
A ação de sexta-feira congela todos os bens dos alvos nos EUA e, em geral, impede que os norte-americanos negociem com eles. Aqueles que se envolverem em determinadas transações com os sancionados também correm o risco de serem atingidos por sanções.
O Tesouro disse que impôs sanções a um cidadão jordaniano que vive na capital iraniana, Teerã, e que, segundo o Tesouro, atua como representante do Hamas no Irã, bem como a autoridades da Força Qods da Guarda Revolucionária Islâmica que treinam e auxiliam membros do Hamas e de outros grupos militantes.
Um comandante da Brigada de Forças Especiais Saberin da Força Terrestre da Guarda Revolucionária do Irã, sediada na República Islâmica, também foi alvo. O Tesouro dos EUA disse que a Brigada Saberin foi enviada para a Síria e forneceu treinamento ao Hamas e a membros do Hezbollah, com sede no Líbano.
Empresas sediadas no Sudão e na Espanha também foram alvo das medidas desta sexta-feira, assim como os acionistas sediados na Turquia de uma empresa anteriormente designada como parte da carteira de investimentos do Hamas.
Os Estados Unidos afirmaram que a carteira de investimentos do Hamas, estimada em centenas de milhões de dólares, inclui empresas que operam na Turquia, bem como no Sudão, na Argélia, nos Emirados Árabes Unidos e em outros lugares.
A violência deste mês gerou temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
As Forças Armadas dos EUA realizaram na quinta-feira ataques contra duas instalações no leste da Síria usadas pela Guarda Revolucionária do Irã e por grupos apoiados por ela, informou o Pentágono, em resposta a uma série de ataques contra as forças dos EUA no Iraque e na Síria.
Com o aumento da tensão em relação ao conflito entre Israel e Hamas, as tropas norte-americanas e aliadas foram atacadas pelo menos 12 vezes no Iraque e quatro vezes na Síria por forças apoiadas pelo Irã.