O presidente francês, em visita a Israel nesta terça-feira 24 de Outubro de 2023, participou numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu através da qual Emanuel Macron reforçou o apoio inequívoco e sem hesitações da França a Israel.
Nelson Nascimento | RFI
Jérusalem – O chefe de Estado da França agradeceu a Benjamin Netanyahu pelo seu posicionamento idêntico aquando dos atentados de Paris, onde marchou pelas ruas de Paris em sinal de solidariedade para com o povo francês.
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu (dir.) cumprimenta o presidente francês Emmanuel Macron antes de uma reunião em Jerusalém a 24 de Outubro de 2023. AFP - CHRISTOPHE ENA |
Recorde-se que naquela onda de atentados a Paris, tinham sido mortas várias pessoas na casa de espetáculos Bataclan, num supermercado parisiense de confissão judia, bem como em algumas esplanadas parisienses.
O presidente Macron afirmou ainda que o seu programa incluiria, uma visita a Ramalah na Cisjordânia ocupada - facto que marca o primeiro encontro de um dirigente ocidental, com Mahmoud Abbas na sede da Autoridade palestiniana – bem como vários encontros com dirigentes da região do Médio Oriente nesta quarta-feira 25 de Outubro de 2023.
O presidente francês, que, entretanto, já havia visitado as famílias de franceses ou de franco-israelitas mortos, desparecidos ou feitos reféns em Gaza, afirmou durante a sua reunião com o presidente israelita, Isaac Herzog, que a libertação de "todos os reféns" retidos pelo Hamas em Gaza, seria "o primeiro objetivo", tendo igualmente apelado que não se “alargasse o conflito” entre Israel e o Hamas.
Ainda durante a conferência de imprensa conjunta, o Chefe de Estado francês voltou a enfatizar a importância da retoma do processo de paz israelo-palestiniano e, que não se perca de vista a solução internacionalmente consensual, da co-existência pacífica dos dois Estados.
A segurança de Israel não pode ser duradoura sem um relançamento decisivo do processo político com os palestinianos. Este foi um tema do qual falámos bastante.
O Hamas é um grupo terrorista e, por isso, não é veículo da causa palestiniana.
Ele deve ser combatido com força; e a causa palestiniana, essa, tem de ser ouvida com razão.
A estabilidade da região, o regresso à normalização que se anunciava só poderão ser garantidos se a resposta de Israel à violência for, obviamente, de segurança e de forma implacável perante grupos terroristas
... Mas, também, política: ao aceitar o direito legítimo palestiniano a dispor de um território e de um Estado em paz e em segurança, ao lado de Israel. Porque este terá integrado a existência e a segurança de Israel como uma condição fundamental.
Recorde-se que a guerra desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas no dia 7 de outubro a Israel, e que deu origem aos bombardeamentos ininterruptos por parte do exército israelita à faixa de Gaza, controlada pelo movimento palestiniano, acaba de entrar no seu 18° dia.
Neste ataque do Hamas, que foi o pior ocorrido no Estado de Israel desde a sua criação em 1948, pereceram pelo menos 30 cidadãos franceses, o que representa para a França, o mais pesado atentado desde o de Nice, ocorrido a 14 de Julho de 2016 e, onde perderam a vida 86 pessoas.