A Casa Branca negou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenha visto fotos de "terroristas decapitando crianças", como o democrata havia afirmado mais cedo, na tarde de quarta-feira (11/10).
BBC News
Procurada pela BBC, a Casa Branca afirmou que Biden não viu as imagens.
Para o correspondente da BBC Anthony Zurcher, fala de Biden pode atrapalhar nos esforços dos EUA e de Israel no conflito © Samuel Corum/POOL/EPA-EFE/REX/Shutterstock |
"Ele estava se referindo a relatos vindos de Israel", afirmou a presidência.
Após um evento com líderes da comunidade judaica em Washington, Biden afirmou em discurso que teria visto imagens de crianças israelenses mortas durante os ataques do grupo extremista palestino Hamas no sábado (07/10).
"Eu nunca achei que eu veria, que teria confirmado, fotos de terroristas decapitando crianças", disse o presidente americano.
Relatos de que haveria fotos assim circularam nas mídias sociais, mas a veracidade delas não foi confirmada pelas Forças de Defesa de Israel.
O correspondente da BBC na América do Norte, Anthony Zurcher, afirma que "Joe Biden, tal como o seu antecessor [Donald Trump], tem por vezes a tendência de sair do roteiro".
"Com isso, sua equipe precisa se esforçar para esclarecer ou retratar essas falas", lembra Zurcher.
Para o correspondente, o debate sobre a veracidade da afirmação acabou desviando o foco da mensagem de Biden — a de que ele condena o ataque do Hamas e apoia totalmente Israel.
"Crianças assassinadas são uma tragédia dolorosa, não importa como foram mortas. Mas as observações de Biden complicam as coisas para os EUA, que procuram ajudar e apoiar Israel", analisa.
"À medida que o nevoeiro da guerra continua a girar em torno deste novo conflito, qualquer retrocesso ou confusão corre o risco de ajudar aqueles que tentam semear desinformação e lança dúvidas sobre acontecimentos e atrocidades que são comprovadamente verdadeiros", avalia Zurcher.