Membros do Partido Republicano no Congresso norte-americano têm tentado reduzir o financiamento da gestão Biden ao conflito ucraniano e, segundo alguns acreditam, o ataque do Hamas a Israel deixa claro o porquê.
Sputnik
Ainda no mês de junho, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu descartou o fornecimento do sistema de defesa antimísseis Cúpula de Ferro à Ucrânia, reiterando a preocupação de Israel de que a tecnologia vital pudesse cair nas mãos do Irã.
Netanyahu foi questionado durante uma entrevista ao The Wall Street Journal no dia 29 de junho sobre o apoio de Israel à Ucrânia e sobre como ele precisava se equilibrar entre agradar seus parceiros ocidentais com a necessidade de Jerusalém de manter seus laços com Moscou.
A Ucrânia tentava obter de Israel a capacidade de intercepção de mísseis, mas Jerusalém se recusou na busca de evitar um antagonismo desnecessário com a Rússia, mas a razão principal foi destacada pelo líder político.
"Acho que é importante compreender que estamos preocupados também com a possibilidade de que os sistemas que daríamos à Ucrânia caíssem nas mãos iranianas e pudessem sofrer engenharia reversa e nos encontraríamos diante de sistemas israelenses usados contra Israel", disse Netanyahu.
Para ele, o problema não era "teórico" e apontou para os sistemas antitanques implantados pelo grupo terrorista Hezbollah, no Líbano, que foram fornecidos pelo Irã, que copiou os designs das armas ocidentais.
Na linha do que disse o líder político de Jerusalém, alguns republicanos têm se questionado sobre a origem do armamento utilizado no ataque contra Israel em um momento em que a Casa Branca admite não ter qualquer forma eficiente de rastrear o armamento enviado para a Ucrânia, que segundo alguns relatos, acaba caindo no mercado ilegal.
Em sua conta no X (anteriormente Twitter), Marjorie Taylor Greene (republicana pela Geórgia) questionou publicamente sobre as armas que vem sendo enviadas para a Ucrânia sem ferramentas de rastreio ou prestação de contas por parte do governo de Kiev, apontando para o mesmo problema já produzido pelos EUA no Afeganistão.
Após o ataque sem precedentes do movimento palestino Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza, o Exército israelense já relatou mais de 3.000 foguetes disparados do enclave e a infiltração de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Segundo a assessoria de imprensa do governo, mais de 100 sequestrados, 2.000 feridos e 600 mortos são vítimas dos atentados até o momento.
Um porta-voz da Casa Branca disse que Washington pretende continuar sua ajuda a Israel "inclusive através de um melhor compartilhamento de inteligência" para lidar com a crise.