Unrwa revela total de 2.670 vítimas fatais em Gaza; fontes oficiais de Israel confirmam 1,3 mil mortes; Escritório de Direitos Humanos da ONU aponta casos diários de alegados abusos de leis da guerra e do direito internacional.
ONU News
O Escritório da ONU para os Direitos Humanos confirmou um total de 4,2 mil mortes e mais de 1 milhão de deslocados no 10º dia de violência entre forças israelenses e o Hamas na Faixa de Gaza.
O bairro de Al-Rimal, no norte de Gaza, foi devastado por ataques aéreos © Unicef/Hassan Islyeh |
Uma atualização publicada nesta terça-feira, em Genebra, revela que vastas áreas foram reduzidas a escombros. O receio é que o número de vítimas civis aumente ainda mais nos próximos dias, com as operações militares “sem sinais de abrandamento”.
Indicações de violações de leis internacionais
O escritório destaca que o cerco a Gaza afeta o abastecimento de água, alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas. Há ainda “indicações de violações diárias das leis da guerra e do direito internacional dos direitos humanos”.
Em relação aos suprimentos, a porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, PMA, para o Oriente Médio, Abeer Etefa, expôs uma situação humanitária que se agrava a cada minuto, ao mesmo tempo em que piora a insegurança alimentar.
Falando a jornalistas por videoconferência, da capital egípcia Cairo, Etefa destacou que os atuais estoques de produtos alimentares essenciais somente durariam por duas semanas e ao nível dos varejistas.
No norte de Gaza, as lojas enfrentam dificuldades em se reabastecer. Nesses estabelecimentos, as reservas alimentares estão “bastando para alguns dias, talvez quatro ou cinco”.
Reféns de grupos armados
O Escritório da ONU para os Direitos Humanos alerta que entre as vítimas fatais estão várias mulheres e crianças, bem como pelo menos 11 jornalistas palestinos, 28 funcionários de saúde e 14 trabalhadores da ONU.
A nota revela não haver clareza sobre o total de pessoas ainda por resgatar dos escombros. Cerca de 199 israelenses são mantidos reféns por grupos armados palestinos em Gaza.
Uma das prioridades é que os grupos armados palestinos possam libertar de forma imediata e incondicional todos os reféns civis e pôr termo à utilização de foguetes de forma indiscriminada contra Israel.
Outra inquietação é com o aumento da violência na Cisjordânia, incluindo em Jerusalém Oriental. Pelo menos 52 palestinos foram mortos pelas forças de segurança israelenses e mais cinco por ocupantes de assentamentos.
Bombardeios
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, informou que bombardeios aéreos, marítimos e terrestres de forças israelenses chegaram a Khan Younis e outras áreas do sul, mesmo após a ordem de saída de pessoas de Gaza para o sul.
A população corre risco de morte por falta de água. Uma linha de abastecimento foi aberta esta terça-feira durante apenas três horas no sul de Gaza. As reservas de combustível nos hospitais deverão durar apenas mais 24 horas.
Pelos dados do Ministério da Saúde palestino, 2.670 pessoas foram mortas em Gaza, ou uma média de 267 por dia, ou 11 por hora. Cerca de 9,6 mil ficaram feridos.
As fontes oficiais de Israel confirmam ainda 1,3 mil mortes e 4.121 feridos do lado israelense, mas em ambos os casos os números podem ser muito maiores.
Os ataques aéreos e bombardeios em andamento afetaram 24 instalações da Unrwa em toda a Faixa de Gaza. Estima-se que 1 milhão de pessoas tenham sido deslocadas na região.