Enquanto a população da Faixa de Gaza enfrenta as consequências do bloqueio de Israel, as violências se intensificam também na Cisjordânia. Ataques a campos de refugiados, como o ocorrido na quinta-feira (19), violência de colonos israelenses e o aumento de detenções de palestinos são testemunhos do agravamento da situação na região.
RFI
Um ataque ao campo de refugiados de Nour Shams, no norte da Cisjordânia ocupada, deixou treze mortos, de acordo com um balanço publicado nesta sexta-feira (20) pelo Ministério da Saúde palestino. Entre as vítimas, havia cinco crianças.
“O exército de ocupação israelense cometeu um massacre no campo de Nur Shams, em Tulkarem”, afirmou o comunicado das autoridades palestinas.
Na quinta-feira, o exército israelense indicou ter usado um drone que “matou vários terroristas” em Nour Shams. O comando militar relatou “trocas de tiros e dispositivos explosivos lançados contra as forças de segurança” durante uma operação “antiterrorista”, segundo um comunicado à imprensa.
Um policial israelense da unidade de guarda de fronteira também foi morto “durante combates com terroristas armados”, acrescentou a polícia.
Cresce o número de detenções
O número de detenções de palestinos em razão do conflito vem crescendo: 120 palestinos foram detidos durante ataques na Cisjordânia, incluindo supostos membros do Hamas.
No total, o exército israelense efetuou 870 detenções desde o início da guerra, segundo o Comitê para os Assuntos dos Prisioneiros Palestinos.
Dados da Autoridade Palestina apontam que pelo menos 81 palestinos foram mortos na Cisjordânia por forças militares ou por colonos israelenses, desde o dia 7 de outubro, quando o movimento islâmico no poder em Gaza lançou um ataque sangrento contra Israel.
No mesmo período, mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelense por homens do Hamas, a maioria civis, segundo autoridades. O exército israelense informa que aproximadamente 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controle das áreas atacadas.
Na Faixa de Gaza, mais de 4 mil palestinos, a maioria civis, foram mortos em bombardeios israelenses.