Militar da reserva também afirmou que nunca participou de reunião para discutir golpe de Estado
Gustavo Uribe | CNN
O general da reserva Augusto Heleno disse, neste domingo (24), à CNN, que vai comparecer ao seu depoimento da CPMI do 8 de Janeiro marcado para terça-feira (26).
Depoimento do general da reserva foi marcado na esteira do vazamento de trechos da delação do tenente-coronel Mauro Cid | Foto: Adriano Machado - 04.mar.2020/Reuters |
Heleno era um dos ministros mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e uma das vozes mais influentes entre militares da reserva das Forças Armadas.
Perguntado pela CNN, ele disse que nunca participou de reunião, durante o governo passado, cujo assunto fosse discutir um golpe de Estado.
O depoimento do general da reserva foi marcado na esteira do vazamento de trechos da delação do tenente-coronel Mauro Cid.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro teria se reunido com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica após o resultado das eleições de 2022 para discutir detalhes de um possível golpe para não deixar o poder.
Essa não será a primeira vez que Heleno será questionado sobre os atos de vandalismo de 8 de janeiro. Em 1º de junho, o ex-ministro prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os atos antidemocráticos.
Na ocasião, Heleno afirmou que declarações dadas por ele enquanto era ministro no governo Bolsonaro não tinham teor golpistas e classificou os atos de 8 de janeiro como “manifestações” e “demonstração de insatisfação”.
“Esse termo ‘golpe’ está sendo empregado com extrema vulgaridade”, afirmou o general Heleno no depoimento. “Eu acho que o tratamento que estão dando a essa palavra golpe não é um tratamento adequado”, defendeu o ex-ministro, acrescentando que “para ter um golpe precisa ter líder”.
Nesta mesma data da oitiva com Heleno, está prevista uma sessão deliberativa que deve acontecer antes do depoimento para aprovação de novos requerimentos, que podem convocar novos depoentes e solicitar o envio de documentos.