Um autoridade do alto escalão ucraniano rejeitou nesta terça-feira uma sugestão da Turquia de que Kiev deveria suavizar sua posição para reviver o acordo de grãos do Mar Negro, dizendo que a Ucrânia não apoiará o alívio das sanções contra a Rússia ou uma política de "apaziguamento".
Pavel Polityuk | Reuters
KIEV - "Vamos ser realistas e parar de discutir opções inexistentes, muito menos encorajar a Rússia a cometer outros crimes", disse o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak à Reuters.
Ilustração da bandeira da Ucrânia e grãos © Thomson Reuters |
Podolyak fez as declarações quando perguntado sobre os comentários feitos pelo presidente turco, Tayyip Erdogan, na segunda-feira, após conversas com o líder russo, Vladimir Putin. Ele disse que a Rússia está "extremamente interessada" na destruição dos portos marítimos ucranianos e da infraestrutura de transbordo de grãos.
Podolyak disse que a Rússia não precisa de um acordo de grãos e que Moscou está interessada em cortar a Ucrânia do mercado global de grãos, em aumentar os preços dos grãos e em ter o monopólio do controle sobre o Mar Negro.
"Onde está o campo para o ´amolecimento´ ucraniano aqui?", disse Podolyak. "E sejamos claros, definitivamente não faremos a 'política de apaziguamento do agressor'... e a indulgência no programa de levantamento de sanções."
Erdogan disse, após as conversas com Putin, que em breve será possível reviver o acordo de grãos que, segundo as Nações Unidas, ajudou a aliviar uma crise alimentar ao levar os grãos ucranianos ao mercado.
A Rússia abandonou o acordo em julho, reclamando que suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes enfrentavam sérios obstáculos.
Uma autoridade de alto escalão do governo ucraniano disse à Reuters nesta terça-feira que Kiev não espera que sua situação de exportação de grãos mudasse após as conversas de segunda-feira entre Putin e Erdogan.