Tendo em vista os projetos considerados pelo Ministério da Defesa e pelas Forças Armadas argentinas para os próximos anos, o Projeto Orçamentário 2024 contempla pela primeira vez a aquisição conjunta de sistemas de defesa aérea de médio alcance.
Por Mariano Germán Videla Solá | Zona Militar
Para o período 2024/2026, está previsto o acúmulo de R$ 5.110.776 no próximo ano, R$ 22.364.242 para 2025 e R$ 22.364.242 em 2026, buscando desta forma adquirir uma capacidade necessária para as Forças Armadas. AA, que visa alcançar a negação de área a nível aeroespacial no âmbito de um conceito de defesa multicamadas.
Créditos da imagem: Rosoboronexport e IAI |
Estipulada no Plano de Capacidades Militares (PLANCAMIL), a aquisição de um sistema de mísseis antiaéreos de médio alcance complementará a capacidade de defesa aérea de curto alcance recentemente recuperada, com a incorporação do sistema RBS-70NG durante 2022. Os sistemas, atribuídos às três forças, permitiram que a Força Aérea Argentina e o Exército Argentino recuperassem parcialmente a capacidade antiaérea perdida com a perda do sistema Euromissile Roland I e II; enquanto a Marinha Argentina verá sua capacidade antiaérea aumentada, já que, embora o Corpo de Fuzileiros Navais opere o sistema RBS-70 desde meados da década de 1980, a variante NG aumentou suas capacidades e desempenhos em relação à versão original.
A este respeito, nos últimos anos foram recebidas diferentes propostas do lado da Federação Russa, da República Popular da China e de outros fornecedores do bloco ocidental. A difícil situação geopolítica derivada do conflito russo-ucraniano, com a conhecida dificuldade de transferência de moeda, parece truncar a possibilidade de adquirir um sistema dessa origem, especialmente após o cancelamento do contrato de manutenção dos helicópteros Mi-171E da Força Aérea Argentina. Apropriadamente, a Federação Russa havia proposto o sistema Buk-M2E e o sistema Pantsir-S1.
O Buk-M2E, com um alcance efetivo de até uma distância de 45 quilômetros, tem capacidade para atingir aeronaves táticas, mísseis de cruzeiro e helicópteros, sendo capaz de atacar até 4 alvos simultâneos por unidade de tiro. Este sistema foi oferecido em diferentes configurações, com porta-aviões com rodas ou esteiras e a possibilidade de aumentar ou diminuir o número de mísseis 9A316E.
No caso do sistema Pantsir-S1, foram oferecidas 2 baterias. Esse sistema é composto por um veículo de transporte e carregamento de mísseis, além de um posto de comando que opera em conjunto com o radar de aquisição de alvos. Possui até 12 mísseis antiaéreos 57E6 e canhões 30A2M de 38mm integrados na mesma torre, com alcance de até 20 quilômetros com mísseis e 4km de altura com canhões de 30mm.
Em relação às ofertas feitas pela China, poderia ser da família de mísseis HQ-12, que têm alcance máximo de 70 km, enquanto dos países que compõem o bloco ocidental não escaparam mais detalhes. Da mesma forma, o sistema de mísseis israelense Barak da empresa IAI, que foi analisado pelas Forças Armadas, deve ser considerado.
Embora a aquisição tenha sido incluída no orçamento, isso não significa que será efetiva no curto prazo, tendo em vista que esse tipo de item costuma ser incluído, restando a decisão avançar no poder político, no quadro de vicissitudes econômicas presentes e futuras.