Segundo agentes da investigação, o ex-ajudante de ordens tem colaborado, mas ainda precisa dar mais detalhes sobre inquéritos contra ele
Gustavo Uribe | CNN
Brasília - A Polícia Federal (PF) tem pressionado o ex-ajudante de ordens Mauro Cid a fazer uma confissão ampliada sobre as investigações contra ele no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo fontes próximas às negociações.
Depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid na CPMI do 8 de janeiro | Edilson Rodrigues/Agência Senado |
A avaliação de agentes da investigação é de que as informações prestadas até o momento pelo militar da ativa não são suficientes. E de que ele tem tentado omitir o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos depoimentos que prestou até o momento, segundo relatos feitos à CNN, Cid citou Bolsonaro, mas não se aprofundou na eventual atuação do ex-mandatário do Palácio do Planalto.
A expectativa é de que, homologado um acordo de colaboração premiada, Cid preste novos depoimentos à Polícia Federal e apresente novos indícios de irregularidades.
A decisão de homologar o acordo cabe ao ministro Alexandre de Moraes, que ainda analisará as provas trazidas até o momento pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
A analista da CNN Thais Arbex noticiou na quinta-feira (7) que Cid confirmou ao STF que quer fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.
Na quarta-feira (6), Cid esteve no STF e foi recebido pelo juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, que trabalha no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
O juiz auxiliar recebeu um documento, chamado termo de intenção, no qual o ex-ajudante de ordens manifesta formalmente sua disposição em fechar um acordo.
A defesa de Cid também protocolou pedido formal para que o ex-ajudante de ordens tenha liberdade provisória. Ele está preso de forma preventiva desde maio deste ano.
Na próxima semana, a expectativa é de que seja autorizada pelo governo dos Estados Unidos uma diligência de integrantes da Polícia Federal.
O objetivo é buscar documentos e imagens que confirmem declarações feitas por Cid sobre a venda de joias no exterior.