Segundo agentes da força policial, o ex-ajudante de ordem já começou a confessar sobre escândalo das joias
Gustavo Uribe | CNN
A Polícia Federal negocia um acordo de colaboração premiada com Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento à CPI do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do DF | Gesival Nogueira/Ato Press/Estadão Conteúdo |
Como antecipou o Bastidores CNN, na segunda-feira (28), o militar da ativa começou desde o início da semana a colaborar com as investigações da Polícia Federal.
Em uma semana, por exemplo, a soma dos depoimentos prestados pelo ex-ajudante de ordens chegou a 24 horas.
De acordo com agentes da investigação, Cid tem dado detalhes sobre as investigações das joias, da carteira de vacinação e do golpismo de 8 de janeiro.
Para fechar um acordo de colaboração premiada, a Polícia Federal precisa confirmar que as informações prestadas por Cid podem ser comprovadas.
Por isso que, antes da colaboração premiada, precisa ter uma confissão.
Sobre o escândalo das joias, agentes da Polícia Federal dizem que Cid já confessou, por exemplo, sobre a venda do relógio Rolex.
A colaboração premiada é um dos meios de obtenção de prova da investigação.
O investigado só pode dar informações sobre episódios nos quais participou. Ou seja, não são válidas provas sobre o que ele escutou.
A colaboração premiada é um expediente previsto na legislação que consiste em um acordo entre o investigado e o poder público para fornecer elementos que contribuam com uma investigação.
Em troca do acordo de colaboração, caso seja reconhecido pelo Poder Judiciário, é possível conceder perdão judicial ou redução da pena.
Além de Cid, agentes policiais também informaram à CNN que o ex-assessor presidencial Osmar Crivelatti, que prestou depoimento à Polícia Federal, também se dispôs a ajudar.
Segundo relatos de fontes, ele deu detalhes na quinta-feira (31) sobre o escândalo das joias e se mostrou disponível para novos depoimentos.
Crivelatti era um funcionário de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrou comitivas de viagens internacionais. Ele foi uma das pessoas que visitou Cid na prisão.