Ministro da Defesa administra clima de expectativa e incerteza sobre conteúdo da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
Por Daniela Lima | Globo News
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, despertou às 6h da manhã com as notícias de que a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid à PF inclui relatos de uma suposta reunião de Jair Messias Bolsonaro (PL) com militares do alto comando. Na pauta, estaria a discussão de uma minuta golpista.
Ministro da Defesa, José Múcio, entre dois militares no 7 de Setembro — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil |
A informação, publicada pela colunista d' O Globo, Bela Megale, rapidamente repercutiu entre integrantes das três armas. Procurado pelo blog, o ministro disse não ter informações concretas sobre o assunto, queixou-se de vazamentos sem fontes concretas e vaticinou:
“A única coisa que tenho certeza é de que as Forças Armadas não quiseram um golpe”.
Desde que assumiu a Defesa, o ministro vem gerenciando uma espécie de crise surda, agravada pelo 8 de Janeiro e pelas revelações do envolvimento de militares em atos suspeitos do governo Bolsonaro.
Segundo a jornalista Miriam Leitão informou no Conexão, Múcio vai se reunir ainda hoje com os chefes das três forças (Aeronáutica, Exército e Marinha) para tratar do assunto.
Premido pelas revelações, Cid fechou um acordo de delação premiada. Múcio diz estar no escuro. “Tudo o que sei, sei pela imprensa. Não recebemos nenhuma informação oficial do Supremo ou outro órgão. A única certeza que tenho é a de que as Forças Armadas não quiseram um golpe. Graças a isso estamos aqui.”
A prisão de Mauro Cid agravou o quadro, já que no celular do tenente-coronel foram encontrados desde registros de venda irregular de presentes destinados ao estado brasileiro, até súplicas por um golpe de Estado, com direito a minuta golpista e parecer de supostos juristas.