Um dos principais conselheiros militares do ex-presidente se esquiva de comentar delação de Mauro Cid.
Por Juliana Braga | g1
O general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e um dos principais conselheiros militares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diz nunca ter sido consultado sobre a possibilidade de um golpe militar após a derrota do então chefe nas eleições de 2022.
General Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro, em imagem de arquivo — Foto: Divulgação/Carolina Antunes/PR |
Segundo a colunista do jornal O Globo Bela Megale, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid narrou em um dos seus depoimentos de delação premiada que Bolsonaro reuniu-se no ano passado com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar para discutir detalhes de uma minuta golpista de intervenção militar.
Ao blog, Heleno disse "jamais" ter sido consultado em relação a isso.
"Não, não. Nunca houve essa conversa no governo do presidente Bolsonaro. Desde o início ele falou que ia jogar nas quatro linhas e nunca houve essa conversa", declarou.
O ex-ministro negou ainda ter ouvido relatos de outros militares que tenham sido consultados. De acordo com O Globo, o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito que sua tropa estaria pronta para aderir ao chamamento do ex-presidente.
Heleno se esquivou de comentar como vê a delação premiada de Mauro Cid, testemunha ocular de boa parte do governo que integrou, e afirmou não ter medo de ser responsabilizado por fatos que tenham acontecido na gestão anterior.
"Eu não tenho que ver nada. Eu já estou em casa, cuidando dos meus pintos, das minhas galinhas, dos meus... Não estou, não estou, não estou mais preocupado com isso."