O ex-ministro de Bolsonaro enalteceu a postura do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, que teria se recusado a embarcar no plano de intervenção militar
Flávio Ismerim | CNN
São Paulo - O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), general Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou à CNN, neste sábado (23), que a conduta individual dos militares citados na delação do tenente-coronel Mauro Cid deve ser separada da postura institucional das Forças Armadas.
General Santos Cruz |
“A gente tem que separar muito bem as responsabilizações individuais daquilo que é institucional. Nesse caso, a instituição impediu que se fizesse uma aventura política no Brasil”, declarou Santos Cruz. “A instituição militar tem ponto extremamente positivo, a responsabilização individual das pessoas é outra coisa.”
Na delação, Cid disse que, após receber a minuta golpista, Jair Bolsonaro convocou uma reunião com a cúpula das Forças Armadas para consultá-la sobre a possibilidade de uma intervenção militar para que o então presidente não deixasse o poder mesmo após ter perdido as eleições.
Marinha teria aceitado golpe de Estado, mas Exército teria sido contra
Ainda segundo Mauro Cid, a cúpula da Marinha teria embarcado na proposta de golpe de Estado e respondido que as tropas estavam prontas para agir, apenas aguardando as ordens de Bolsonaro.
No entanto, o comando do Exército não teria aceitado o plano e teria se recusado a agir.
À CNN, o general e ex-ministro de Bolsonaro taxou como correta a postura do então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.
“O ex-comandante do Exército Freire Gomes foi bem claro em não participar, não aprovar qualquer decisão ilegal por parte da Presidência da República naquele momento. É fundamental a gente perceber que houve das Forças Armadas, do Exército, no caso, uma postura constitucional, uma postura legal, que não estimulou e não deixou que acontecesse um trancamento do fluxo normal do processo eleitoral”, disse.