A Coreia do Sul realizou o primeiro desfile militar de grande escala em uma década nesta terça-feira, com armas que variaram de mísseis balísticos a tanques passando por Seul, em uma demonstração de força, conforme adota uma postura mais rígida contra a Coreia do Norte.
Por Soo-hyang Choi e Hyunsu Yim | Reuters
SEUL - O desfile marca o Dia das Forças Armadas do país, normalmente um evento discreto em relação aos grandes eventos que a Coreia do Norte tem organizado sob o comando do líder Kim Jong Un, que incluem armas estratégicas como mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs).
Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol e ministro da Defesa Lee Jong-sup durante desfile militar© Thomson Reuters |
Em um discurso na Base Aérea de Seul, o presidente Yoon Suk Yeol advertiu Pyongyang contra o uso de armas nucleares e prometeu aumentar o apoio às Forças Armadas e ao setor de defesa.
"Se a Coreia do Norte usar armas nucleares, seu regime será encerrado por uma resposta esmagadora da aliança entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos", disse Yoon ao se dirigir às tropas sob chuva.
O evento, que durou um dia inteiro, contou com a participação de milhares de soldados e dos tanques e artilharia autopropulsada da Coreia do Sul, aos quais se juntaram 300 dos 28.500 soldados norte-americanos baseados no país, informou o Ministério da Defesa.
O destaque foi um desfile de 2 km pelo principal distrito comercial e de negócios de Seul até a movimentada área de Gwanghwamun, que é o portão de um palácio extenso no coração de Seul.
Multidões se alinharam nas ruas sob chuva para ver de perto a rara exibição de equipamentos militares, aplaudindo enquanto soldados, tanques, mísseis e um drone subaquático passavam.
Cho Kyu-bok, de 75 anos, morador de Goyang, a noroeste de Seul, disse que foi a Gwanghwamun horas antes do evento para ter uma visão de primeira fila das novas armas.
"Armas como os drones não tripulados mostram o quanto nosso país se desenvolveu", afirmou Cho.
Alguns ativistas, no entanto, realizaram uma manifestação perto do local do desfile, denunciando o governo por estimular as tensões, segurando uma faixa com os dizeres "Parem a corrida armamentista".