Sem contar com um único esquadrão desde o fim de 2013, a área da Base Aérea de Fortaleza terá sua área militar ocupada por uma nova organização do Comando da Aeronáutica. Até 2025, será instalado ali um novo campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Revista ASAS
“Queremos que o ITA Ceará tenha o padrão do ITA São Paulo, para que não existam dois tipos de formandos, dois tipos de engenheiros. Então, é uma extensão do sucesso do ITA de São Paulo, um empreendimento histórico que o Brasil tem usufruído, que orgulha o país no mundo inteiro”, destacou o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, durante visita realizada no dia 1º de setembro.
O Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, acredita que a criação de um campus avançado ou uma faculdade de engenharia vinculada ao Instituto podem contribuir com o avanço tecnológico do estado do Ceará. “Será uma oportunidade de reter mentes brilhantes, que, historicamente, vêm sendo aprovadas nos vestibulares para o ITA, e aproveitá-las na contribuição para esse desenvolvimento”, destacou. Em média, quatro a cada dez vagas do ITA, localizado em São José dos Campos (SP), são ocupadas por cearenses. A cidade de Fortaleza se tornou polo de cursos preparatórios para o teste de seleção, considerado um dos mais difíceis do País.
“Sorbonne da Caça”
A Base Aérea de Fortaleza foi criada oficialmente em 15 de maio de 1933, como parte da Aviação Militar, do Exército Brasileiro. As atividades, porém, foram iniciadas só em 21 de setembro de 1936, com a chegada de três biplanos WACO F-5. O local era chamado de 6º Corpo de Base Aérea, tendo sido modificado para Base Aérea de Fortaleza quando da criação da Força Aérea Brasileira, em 1941.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi lar de caças Curtiss P-36 e bombardeiros B-18 Bolo e B-25 Mitchell. Um desses B-25 foi utilizado no batismo de fogo da Força Aérea Brasileira, em 22 de maio de 1942, quando atacou o submarino italiano Barbarigo.
A vocação da BAFZ para o combate se manteve depois do conflito, tendo se tornado lar do Esquadrão Pacau em 24 de março de 1947, inicialmente com os P-47 Thunderbolt II e posteriormente com os P-80 Shooting Star, T-33 e AT-26 Xavante. Por formar os líderes da Aviação de Caça, a base aérea ganhou o apelido de “Sorbonne da Caça”, tendo mantido essa sede e essa função até janeiro de 2002, quando recebeu o Esquadrão Rumba, de formação de pilotos de transporte, patrulha e reconhecimento, uma tarefa cumprida a partir de Fortaleza até 2013.