Ministro ucraniano denuncia que a Rússia usa "corrupção e medo" para influenciar África, mencionando Moçambique e Guiné Equatorial como novos parceiros. Estarão os dois países entre a espada e a parede?
Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse hoje que a Rússia usa "a corrupção e o medo" para ganhar influência em África, elencando Moçambique e a Guiné Equatorial como dois dos novos parceiros no continente.
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"Foram muitos anos perdidos, mas vamos avançar com um renascimento da relação entre a Ucrânia e África, vamos tentar reavivar estas relações", disse Dmytro Kuleba, numa entrevista hoje publicada pela agência de notícias France-Presse (AFP), na qual acusou a Rússia de usar "a coerção, a corrupção e o medo" para manter os países africanos sob o seu controlo e apontou Moçambique e a Guiné Equatorial como novos parceiros no continente.
"Este continente precisa de um trabalho sistemático e a longo prazo", disse o governante, que já fez três visitas a África desde o outono passado.
Embora "a maioria dos países africanos" continue a demonstrar a sua "neutralidade" face ao conflito, "está em curso uma lenta erosão das posições russas em África", disse o ministro, citando a Libéria, o Quénia, o Gana, a Costa do Marfim, Moçambique, o Ruanda e a Guiné Equatorial como alguns dos "novos parceiros" de Kiev no continente.
A Rússia, afirmou, "tem dois instrumentos poderosos em África: a propaganda e [o grupo paramilitar] Wagner".
Para o chefe da diplomacia ucraniana, as preocupações russas sobre o fornecimento de cereais a África são "mentiras", tendo ficado demonstrado pelo abandono do acordo internacional que permitia a exportação de cereais ucranianos.
"Os africanos viram que todas estas histórias de Putin sobre como se preocupa com os países africanos são mentiras", concluiu Kouleba.