Taiwan anunciou, nesta terça-feira (22), sua saída como observador internacional no Parlamento Centro-Americano (Parlacen), depois que este órgão regional votou para conceder seu lugar à China.
IstoÉ
A votação promovida pela Nicarágua, um dos novos aliados da China, representa uma tentativa de ambos os países de “minar a democracia” na região, criticou o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan.
Ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu - Foto: Sam Yeh / AFP |
O Parlacen é um órgão político que representa seis países dessa região, que se tornou um campo de batalha diplomática entre Taipé e Pequim. A China considera esta ilha como parte de seu território e se opõe a qualquer intercâmbio oficial de seus representantes com líderes de outros países, assim como sua participação em organizações internacionais.
Na segunda-feira, o plenário do Parlacen aprovou a entrada da China como observador permanente em detrimento de Taiwan. O anúncio foi bem recebido por Pequim.
“Isso mostra, mais uma vez, que a adesão ao princípio de Uma Só China é uma onda inevitável, a aspiração do povo e uma tendência que não pode ser contida”, disse o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.
O Ministério taiwanês respondeu que deixaria este órgão para “salvaguardar” sua soberania e “dignidade” nacional.
“A ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua quer se tornar um peão da China”, criticou, em um comunicado divulgado nesta terça.
“China e Nicarágua são conhecidos por serem dois países autoritários (…) Este é um ataque não apenas a Taiwan, mas também ao lado global dos países democráticos”, enfatizou seu porta-voz em conversa com a imprensa.
Dentro do Parlacen, apenas a Guatemala mantém sua aliança tradicional com Taiwan, após a mudança de lealdade de El Salvador, República Dominicana, Panamá e as já mencionadas Honduras e Nicarágua. A ilha governada democraticamente tem apenas 13 aliados oficiais no mundo, incluindo Belize e Paraguai.