A CEDEAO ordenou a mobilização "imediata" da sua força de reserva, dias depois de expirar um ultimato contra a junta militar golpista no Níger. O bloco regional garante que "todas as opções" estão em cima da mesa.
Deutsch WelleO diálogo é o caminho, insistiu esta quinta-feira (10.08) o Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, no dia em que os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO se reuniram em Abuja para debater a situação no Níger, depois do golpe de Estado.
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Tinubu reconheceu contudo que o ultimato da CEDEAO, que ameaçava com o uso de força, "não produziu os resultados esperados".
A organização reiterou nesta cimeira de emergência que "todas as opções" estão em cima da mesa, incluindo o envio da força militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger. Mas o caminho prioritário é outro, disse o Presidente da Nigéria.
"Temos de chamar à mesa todas as partes envolvidas, incluindo os autores do golpe de Estado, em discussões sérias para os convencer a abandonar o poder e reconduzir o Presidente Bazoum. É nosso dever esgotarmos todas as avenidas para assegurar um retorno rápido à ordem constitucional no Níger", sublinhou.
Para já, a CEDEAO diz que vai endurecer as sanções financeiras e comerciais contra o Níger.
Ao mesmo tempo, e sem avançar detalhes, os líderes do bloco regional ordenaram que se prepare "imediatamente" uma força militar que possa ser enviada para restabelecer a ordem constitucional no país.
Analistas sublinham, no entanto, que a mobilização da força poderá demorar várias semanas, pelo que ainda há tempo para dialogar.
A junta militar do Níger prometeu responder a qualquer ataque externo e ameaçou matar o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, se os países vizinhos consumarem uma intervenção militar, segundo disseram funcionários ocidentais, sob condição de anonimato.
Pouco antes da cimeira, os líderes golpistas anunciaram um novo Governo, chefiado pelo economista e ex-ministro Mahamane Lamine Zeine, que acumulará as pastas da Economia e das Finanças.