O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse nesta quinta-feira que atualmente não há informações que sugiram que um míssil terra-ar derrubou o avião que supostamente transportava o líder mercenário russo Yevgeny Prigozhin.
Por Phil Stewart e Idrees Ali | Reuters
WASHINGTON - O brigadeiro-general da Força Aérea dos EUA Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, não ofereceu nenhuma evidência ou mais detalhes sobre o que as autoridades norte-americanas acreditam ter causado o acidente ao fazer seus comentários em uma entrevista coletiva no Pentágono.
Imagem de satélite do local onde caiu avião que levaria Yevgeny Prigozhin © Thomson Reuters |
A Reuters havia noticiado mais cedo nesta quinta-feira que os Estados Unidos estavam analisando uma série de teorias sobre o que causou a queda do avião de Prigozhin, e citou duas autoridades norte-americanas dizendo que um míssil terra-ar provavelmente o atingiu.
Essas autoridades, que falaram sob condição de anonimato, ressaltaram que a informação ainda era preliminar e estava em análise, e não descartaram uma alteração na avaliação.
“Não temos nenhuma informação para indicar neste momento à imprensa de que houve algum tipo de míssil terra-ar que derrubou o avião”, disse Ryder aos jornalistas.
As autoridades aéreas russas disseram que Prigozhin, seu braço direito, Dmitry Utkin, e outras oito pessoas estavam no avião particular que caiu sem deixar sobreviventes a noroeste de Moscou na quarta-feira.
O Wall Street Journal noticiou na quinta-feira uma teoria diferente, citando autoridades norte-americanas não identificadas: que uma bomba a bordo da aeronave ou alguma outra sabotagem causou o acidente.
Não é incomum que haja opiniões concorrentes, até mesmo contraditórias, de inteligência no governo dos EUA nas horas e dias após grandes eventos internacionais.
A queda ocorreu dois meses depois de Prigozhin e seus mercenários do grupo Wagner organizarem um motim no qual assumiram o controle de uma cidade do sul, Rostov, e avançaram em direção a Moscou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quarta-feira que não ficou surpreso com as informações de que Prigozhin morreu em um acidente de avião, acrescentando que não acontece muita coisa na Rússia que o presidente Vladimir Putin não esteja por trás.
Putin disse nesta quinta-feira que desejava expressar sinceras condolências às famílias dos que morreram e disse que era necessário aguardar o resultado da investigação oficial.
Prigozhin, de 62 anos, criticou frequentemente os altos escalões do Exército russo pelo que ele disse ser uma condução incompetente da guerra na Ucrânia.
O modelo de jato executivo da Embraer que caiu na Rússia registrou apenas um acidente em mais de 20 anos de serviço, e o episódio não foi relacionado a uma falha mecânica.