À CNN, ministro da Defesa disse que pasta não tem registro dos encontros e solicitou à Polícia Federal os nomes que Delgatti diz ter encontrado
Caio Junqueira | CNN
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse à CNN, no começo da tarde desta quinta-feira (17), que pediu à Polícia Federal informações sobre eventuais reuniões que o hacker Walter Delgatti disse ter tido com militares.
Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro | Adriano Machado/Reuters |
“Na Defesa não tem registro desses encontros. Então, eu pedi a Polícia Federal que forneça os nomes que ele diz ter encontrado para que possamos tomar as providências”, disse Múcio a CNN.
No seu depoimento nesta quinta-feira à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, Delgatti disse ter orientado militares sobre o relatório de segurança das urnas eletrônicas.
“Foi eu quem fiz ele. Tudo que consta dele foi orientado por mim”, disse. Ele já havia feito esse relato sob reserva à PF.
Ministério da Defesa e Bolsonaro
Durante a sessão da CPMI hoje, Delgatti respondeu a questionamentos do deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) sobre a interação dele com o Ministério da Defesa, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro.
*Vieira:* Quem te encaminhou ao Ministério da Defesa para elaborar questionamentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o sistema de votação?
*Delgatti:* O então presidente Bolsonaro.
*Vieira:* Quem te disse que se o senhor cometesse um ilícito seria perdoado e receberia um indulto?
*Delgatti:* O então presidente Bolsonaro.
Outro lado
Fábio Wajngarten, que integra a defesa do ex-presidente, disse que o hacker mentiu em seu depoimento.
“NUNCA, JAMAIS, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente. Mente e mente e mente”, postou Wajngarten nas redes sociais.