O Estado Islâmico reivindicou nas últimas horas dois ataques às Forças Armadas de Moçambique na província de Cabo Delgado, apontando a morte de pelo menos nove militares, mas ainda não confirmados oficialmente.
Lusa
Em duas mensagens divulgadas pelos canais de propaganda do grupo é referido que o primeiro ataque resultou de uma "explosão de uma bomba" contra forças moçambicanas, no distrito de Mocímboa da Praia, sem mais detalhes.
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No segundo alegado ataque, na mesma província, mas neste caso no distrito de Macomia, o Estado Islâmico afirma que matou sete soldados moçambicanos e dois oficiais, numa “emboscada”.
A Lusa não conseguiu, no terreno, confirmar a veracidade destes ataques até ao momento e as autoridades moçambicanas também não se pronunciaram.
Os anúncios destes ataques pelo Estado Islâmico surgem praticamente em paralelo com a divulgação, na quarta-feira, pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), de que abateram dois importantes elementos da estrutura terrorista que opera em Cabo Delgado, incluindo Abu Kital, "vice-comandante das operações" do grupo Ahlu-Sunnah wal Jama'a (ASWJ).
O grupo ASWJ atua com o apoio do Estado Islâmico na província de Cabo Delgado com o objetivo assumido de criar um Estado islâmico na região norte do país, onde atacou populações e forças de segurança, nomeadamente nos distritos de Mocímboa da Praia, Palma e Macomia.
"Na mesma operação foi posto fora de combate o terrorista Ali Mahando que, à semelhança do Abu Kital, ocupava importantes funções no seio do grupo terrorista", lê-se ainda no comunicado.
Acrescenta que pelas 08:30 locais de terça-feira, "nesse exercício contínuo de combate aos terroristas, uma Unidade Motorizada das FADM que se encontrava integrada numa coluna militar com destino à Quiterajo” acabou por cair “numa emboscada inimiga e capotou” numa "ponteca", que se incendiou em seguida, mas "os ocupantes saíram ilesos".
"As Forças Armadas de Defesa de Moçambique continuam perenes na segurança e defesa de Moçambique e dos moçambicanos, no entanto, neste momento decorem ações de recolha de mais informações de outras movimentações de outros integrantes que serão disponibilizadas oportunamente", lê-se ainda no comunicado divulgado na quarta-feira.