A Índia disse nesta terça-feira que apresentou um forte protesto à China por causa de um novo mapa chinês que reivindica territórios disputados, o mais recente ocorrido nos laços tensos entre os gigantes asiáticos.
Por YP Rajesh | Reuters
NOVA DÉLHI - O protesto indiano se seguiu a relatos na imprensa do país de que Pequim havia divulgado um "mapa padrão" oficial mostrando o Estado indiano de Arunachal Pradesh e o planalto de Aksai Chin como seu território oficial.
Caminhão em Arunachal Pradesh © Thomson Reuters |
A China afirma que Arunachal Pradesh, no leste do Himalaia, faz parte do sul do Tibete e divulgou em abril um mapa renomeando 11 lugares no Estado como sendo "Zangnan", ou sul do Tibete em chinês.
Aksai Chin é um planalto disputado no oeste do Himalaia, reivindicado pela Índia, mas controlado pela China.
“Apresentamos hoje um forte protesto através dos canais diplomáticos com o lado chinês sobre o chamado ‘mapa padrão’ da China de 2023, que reivindica o território da Índia”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano.
"Rejeitamos estas alegações porque não têm fundamento. Tais medidas do lado chinês apenas complicam a resolução da questão fronteiriça", disse.
Nesta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, também rejeitou as reivindicações territoriais da China.
“Fazer reivindicações absurdas sobre o território da Índia não o torna território da China”, disse Jaishankar ao canal de notícias NDTV.
O protesto ocorre dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ter se encontrado com o presidente da China, Xi Jinping, à margem da cúpula do Brics em Johanesburgo, na semana passada, e ter destacado preocupações sobre o impasse na disputada fronteira do Himalaia.
As relações entre os dois vizinhos pioraram após soldados de ambos os lados terem entrado em confronto no Himalaia, em junho de 2020, resultando na morte de 20 soldados indianos e quatro soldados chineses.