Enquanto milhares de brasileiros batalham ano após ano em concursos e seleções para a chance de conquistarem uma vaga no Exército e nas Forças Armadas, revelações de antigo Comandante do Exército indicam que filhos de políticos eram incluídos no serviço militar sem concurso público como recompensa por “receptividade”.
Por Jefferson S. | Revista Sociedade Militar
Em entrevista concedida a FGV, o ex-Comandante do Exército Brasileiro, General Villas Boas, revelou como o Exército atuava politicamente dentro do poder legislativo, leia mais aqui.
Em uma das falas do General de 4 estrelas, o militar afirmou que a receptividade dos parlamentares muitas vezes exigia contrapartida em forma de pedidos, e a maioria desses pedidos era de inclusão ou exclusão do serviço militar inicial.
O oficial mencionou ainda pedidos mais complexos, como matrículas em escolas militares, transferências e promoções, disse que estes não eram concedidos, mas que o mais importante era ouvir os parlamentares, que se contentavam com isso.
É a declaração de Villas Bôas, mas é um tanto quanto difícil de acreditar que um político fosse engabelado com promessas não cumpridas.
Trecho do livro “Conversa com o Comandante”, Celso Castro – FGV, 2021 |
Como dito anteriormente aqui na Revista Sociedade Militar, o filho do político cooptado pelas assessorias parlamentares não iria prestar o serviço militar inicial como recruta pintando meio fio ou catando folhas no quartel.
O filho do político iria prestar o serviço militar em Cursos de Preparação de Oficiais da Reserva, já entrando na força como Oficial e no posto de 2º Tenente caso seja engajado.