O chefe do Exército do Sudão visitou bases militares perto da capital na sua primeira viagem fora de Cartum desde que eclodiu um conflito interno em abril, e as Nações Unidas alertaram que a guerra poderá levar toda a região a uma catástrofe humanitária.
Khalid Abdelaziz, Emma Farge e Nafisa Eltahir | Reuters
DUBAI/GENEBRA - O general Abdel Fattah al-Burhan também pretende deixar o Sudão para conversações nos países vizinhos depois de visitar bases regionais e Porto Sudão, sede temporária do governo, disseram duas fontes governamentais.
General Abdel Fattah al-Burhan em Cartum © Thomson Reuters |
Burhan, que também é chefe das Forças Armadas, planeja presidir uma reunião de gabinete.
O Exército tem lutado contra as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) pelo controle de Cartum e de várias cidades sudanesas desde 15 de abril.
As tentativas de mediação revelaram-se infrutíferas, já que diplomatas dizem que ambos os lados ainda acreditam que podem vencer. Mais de 4 milhões de pessoas fugiram das suas casas, os serviços básicos entraram em colapso e os combates deram lugar a ataques étnicos por parte da RSF e das milícias aliadas em Darfur.
“Este conflito viral e a fome, as doenças e o deslocamento deixados no seu rastro agora ameaçam consumir todo o país”, disse o chefe de ajuda das Nações Unidas, Martin Griffiths, em um comunicado na sexta-feira.
Ele afirmou estar preocupado com a expansão dos combates no Estado celeiro do país, Gezira, ao sul de Cartum, onde a RSF tem feito incursões.
Um porta-voz do fundo da ONU para a infância disse prever que a falta de suprimentos leve a um aumento nas mortes de crianças.
O apelo de 2,6 bilhões de dólares ao Sudão é financiado apenas em 26%, de acordo com um porta-voz da ONU numa reunião informativa em Genebra, apelando aos doadores para que acelerem a ajuda prometida.