A Argélia está propondo uma iniciativa para resolver a crise política no vizinho Níger com um período de transição de seis meses liderado por um civil, disse o ministro das Relações Exteriores, Ahmed Attaf, nesta terça-feira.
Reuters
Attaf, que visitou recentemente Estados da África Ocidental, disse que “a maioria dos países com quem falamos são contra a intervenção militar para acabar com a crise”.
Placa identifica delegação de Níger em encontro da Cedeao, em Acra, Gana © Thomson Reuters |
Os chefes militares da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reuniram em Gana na semana passada para discutir uma possível intervenção militar no Níger, após membros da guarda presidencial tomarem o poder no mês passado e estabelecerem uma junta governante.
A Argélia tem afirmado repetidamente que é contra a intervenção militar, apontando para o caos que se seguiu à ação da Otan na Líbia em 2011, durante a revolta contra o líder Muammar Gaddafi.
Autoridades argelinas já falaram três vezes com o líder militar do Níger, que deseja um período de transição de até três anos, disse Attaf.
Como parte de sua iniciativa, a Argélia iria buscar uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para restaurar a ordem constitucional, propor garantias para todas as partes na crise e sediar uma conferência sobre o desenvolvimento na região do Sahel, disse sem dar mais detalhes.
Na semana passada, a televisão estatal argelina disse que o presidente Abdelmadjid Tebboune negou permissão à França para uma possível operação militar no Níger, mas a França negou ter solicitado tal permissão.