Cabe à Ucrânia decidir quando as condições são adequadas para se juntar a quaisquer negociações após a invasão russa, disse o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, nesta quinta-feira, enfatizando a postura inalterada da aliança após comentários feitos nesta semana por um colega sênior.
Gwladys Fouche e Victoria Klesty | Reutes
ARENDAL, Noruega - "São os ucranianos, e apenas os ucranianos, que podem decidir quando há condições para as negociações, e quem pode decidir na mesa de negociações qual é a solução aceitável", disse Stoltenberg.
REUTERS/Ints Kalnins |
Falando em uma conferência na cidade norueguesa de Arendal, ele acrescentou que o papel da OTAN é apoiar a Ucrânia.
A declaração se seguiu às declarações do chefe de gabinete de Stoltenberg na Otan, Stian Jenssen, que na terça-feira disse que a Ucrânia pode no final ceder território à Rússia como parte de um acordo para acabar com a guerra. Jenssen posteriormente disse que lamentava seus comentários.
"A mensagem dele (de Jenssen), e que é a minha mensagem principal, e que é a mensagem principal da OTAN, é, em primeiro lugar, que a política da OTAN permanece inalterada - nós apoiamos a Ucrânia", disse Stoltenberg.
A Otan em sua cúpula no mês passado disse que estenderá um convite à Ucrânia para se juntar à aliança militar quando "os membros concordarem e as condições forem atendidas", e que o país tem o direito de escolher seu próprio caminho independentemente da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que, embora o resultado da cúpula da OTAN em julho tenha sido bom, seria ideal se Kiev tivesse recebido um convite direto para ingressar na aliança militar ocidental.
Milhares de soldados ucranianos foram treinados pelos parceiros ocidentais de Kiev e a Ucrânia também depende fortemente de suprimentos de armas enquanto luta contra as forças russas que iniciaram uma invasão em grande escala em fevereiro de 2022.