Altos oficiais do exército brasileiro tiveram reuniões com os CMDs da BEL e BDL no início deste ano na LAAD DefExpo no Rio, Brasil.
Huma Siddiqui | Financial Times
A busca do Brasil por capacidades militares avançadas deu uma guinada significativa à medida que o país vislumbra uma potencial aquisição de armamento de ponta da Índia. O Comandante do Exército Brasileiro, General Tomas Miguel Mine Ribeiro Paiva, realizou nesta quinta-feira uma visita estratégica às instalações da Bharat Electronics Ltd (BEL) em Bangalore. Esta visita ressaltou o grande interesse do Brasil em adquirir os sistemas de mísseis terra-ar Akash de última geração, fabricados pela BEL e pela Bharat Dynamics Ltd.
O sistema de mísseis Akash, conhecido por seu desempenho excepcional em diversas altitudes, está na vanguarda dos planos de aquisição do Brasil. (ANI) |
Altos oficiais do exército brasileiro tiveram reuniões com os CMDs da BEL e BDL no início deste ano na LAAD DefExpo no Rio, Brasil.
O Comandante do Exército Brasileiro, General Tomas Miguel Mine Ribeiro Paiva, em visita pela primeira vez, observou uma impressionante demonstração de poder de fogo do Exército Indiano em Pokhran, no Rajastão. Ele demonstrou grande interesse em armas e equipamentos fabricados na Índia, apoiando a iniciativa de autossuficiência. Um exercício de armas combinadas foi realizado envolvendo várias unidades como veículos blindados, infantaria, artilharia, defesa aérea e meios de aviação no campo de tiro de Pokhran.
Esta colaboração entre o Brasil e a Índia marca um passo notável no reforço das capacidades de defesa do Brasil. Fontes diplomáticas confirmaram ao Financial Express Online que esta visita decorre das aspirações do Brasil de reforçar a sua infra-estrutura de defesa. O sistema de mísseis Akash, conhecido por seu desempenho excepcional em diversas altitudes, está na vanguarda dos planos de aquisição do Brasil.
Contudo, os interesses da delegação brasileira não se limitam ao sistema de mísseis Akash. As principais fontes diplomáticas citadas acima revelaram que a delegação também está explorando a aquisição de canhões Howitzer de 155 mm. Duas empresas indianas, incluindo a Bharat Forge, já responderam à Solicitação de Propostas (RfP) do Brasil, indicando um envolvimento promissor na perspectiva.
As ambições do Brasil estendem-se também ao desenvolvimento de um sistema de artilharia autopropulsada sobre rodas. No início deste mês, o Brasil emitiu uma Solicitação de Propostas (RfP) e uma Solicitação de Licitação (RFT) para um sistema de artilharia autopropelida sobre rodas de 155 mm.
Sobre a RfP
O Brasil divulgou recentemente uma solicitação formal de propostas para aquisição de um sistema de artilharia autopropelida sobre rodas de 155 mm. Isto marca um passo significativo à medida que procuram substituir uma parte dos seus obuseiros M114A1 existentes. O Comando Logístico, representado pela Comissão do Exército Brasileiro em Washington, emitiu este documento. O objetivo é adquirir alguns veículos iniciais para avaliação, seguidos de mais 34 sistemas para equipar grupos de artilharia de campanha. Os requisitos incluem um chassi de caminhão de alta mobilidade, capaz de transportar até seis tripulantes e armamentos diversos. O alcance desejado para disparar esses projéteis é de até 40 quilômetros.
Este projeto é um componente-chave da estratégia global do Brasil para modernizar suas capacidades militares. O esforço também inclui a aquisição de veículos iniciais para avaliação, seguida pela aquisição de sistemas adicionais para implantação em grupos de artilharia de campanha.
Os requisitos para o sistema de artilharia autopropelida sobre rodas são rigorosos, abrangendo alta mobilidade, opções de chassis robustos e capacidade de atingir alvos a até 40 quilômetros de distância. De acordo com informações disponíveis de domínio público até o momento, a israelense Elbit Systems, a francesa Nexter Systems e a empresa de defesa local Avibras Industria Aeroespacial responderam à RfP.
Sobre o sistema de mísseis Akash
A pedra angular do futuro quadro de defesa do Brasil reside na colaboração com a Índia, como demonstrado pelo interesse no sistema de mísseis Akash. Este sistema de armas de defesa aérea indígena foi projetado para neutralizar ameaças provenientes de diversas altitudes e condições climáticas. Além disso, a compatibilidade do sistema com veículos de alta mobilidade aumenta a sua flexibilidade tática.
A colaboração entre a Bharat Electronics Limited (BEL) e a Bharat Dynamics Limited (BDL) produziu uma sinergia notável na produção do sistema de mísseis Akash. Com a habilidade eletrônica da BEL e as capacidades de integração da BDL, este esforço conjunto está preparado para remodelar o cenário de defesa do Brasil.
Engajamentos de defesa de alto nível
À medida que as duas nações exploram sinergias no sector da defesa, embarcaram em compromissos diplomáticos de alto nível. Delegações lideradas por Anurag Bajpai, Secretário Adjunto da Índia, colaboraram com seus homólogos brasileiros para identificar áreas de cooperação estratégica. Tais esforços sublinham o âmbito mais amplo da colaboração entre a Índia e o Brasil, transcendendo as aquisições militares imediatas.
Em essência, o alcance estratégico do Brasil à Índia para recursos de defesa avançados mostra a crescente parceria entre as duas nações. Ao adotar plataformas “Made in India”, o Brasil sinaliza o seu compromisso de melhorar as suas capacidades de defesa através de tecnologia de ponta.