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Fontes da União Europeia informaram nesta segunda-feira (8) que o bloco apresentou o "texto final" sobre o acordo nuclear que está sendo debatido em Viena, na Áustria, com o Irã e com os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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"Nós trabalhamos por quatro dias e hoje o texto está na mesa. A tratativa terminou, o texto é definitivo e não será renegociado", disse um funcionário do bloco, em condição de anonimato, aos jornalistas que acompanham os debates.
Pouco tempo depois, porém, o governo do Irã negou a informação por meio de um diplomata à agência estatal iraniana Irna. "Não estamos em uma fase que sequer podemos falar de finalização de texto", disse o representante, em condição de anonimato.
Segundo o iraniano, há ainda alguns pontos em "suspensão" e o resultado das conversas "dependerá da determinação dos outros participantes em tomar decisões políticas sobre as propostas já apresentadas por Teerã".
Já no fim do dia em Viena, pelo horário local, um outro funcionário da União Europeia contou aos jornalistas que as delegações dos países e organizações envolvidos estão deixando o local e que agora "tudo dependerá da resposta formal dos participantes", o que deve ocorrer nos próximos dias.
Quem também se manifestou foi o alto representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, que confirmou que o bloco apresentou um texto final.
"Os negociadores utilizaram esses dias de conversas próximas entre Estados Unidos e Irã para colocar em debate e enfrentar - com ajustes técnicos - um punhado de questões que ficaram [abertas] no texto que coloquei na mesa no dia 21 de julho, como coordenador do acordo nuclear. O que pode ser negociado, foi negociado e agora há um texto final", afirmou.
No entanto, Borrell ressaltou que "por trás de cada questão técnica e a cada parágrafo se esconde uma decisão política que deve ser tomada nas capitais" dos governos.
"Se as respostas forem positivas, poderemos assinar o acordo", pontuou Borrell.
Negociações
As conturbadas negociações entre as partes ocorrem para tentar salvar o acordo assinado em 2015, chamado de Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), e que inclui todos os membros do CS da ONU (Estados Unidos, França, China, Rússia e Reino Unido - mais a Alemanha), com intermediação da UE.
O pacto perdeu força em 2018, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo e reimpôs sanções unilaterais contra o Irã. Como resposta, Teerã parou de respeitar diversos itens do pacto de maneira intensa, como o enriquecimento de urânio, o que poderia indicar a construção de armas nucleares. Na última semana, o governo do país chegou a dizer que já tinha essa capacidade, mas que não queria construir os armamentos.
No entanto, com a eleição de Joe Biden, que tomou posse em janeiro de 2021, voltou a ser aberta a possibilidade de que os EUA voltassem ao acordo para tentar apaziguar a situação.
E, desde o fim do ano passado, dezenas de reuniões entre delegações de todas as nações envolvidas foram realizadas para tentar a chegar a um novo acordo para a implementação das regras.