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O principal objetivo dos novos candidatos é se qualificarem ao benefício de proteção em caso de ataque, conforme o artigo 5 da Carta da Otan.
Parlamento francês ratifica apoio à adesão da Suécia e da Finlândia à Otan © REUTERS - DADO RUVIC |
Depois do Senado francês, na semana passada, os deputados aprovaram o texto por 209 a favor e 46 contra. A medida teve o apoio do LR (direita), do Partido Socialista (PS) e dos ambientalistas. Houve abstenção do RN (Reunião Nacional, extrema direita) e o voto contra da LFI (A França Insubmissa, esquerda radical).
"É hora de a Otan acordar" após a "morte cerebral" descrita por Emmanuel Macron, afirmou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento, o centrista Jean-Louis Bourlanges (MoDem).
A direita, do LR, apoiou esta adesão "legítima" de "parceiros" que "contribuem regularmente para as operações da Otan", sublinhou Michèle Tabarot.
Já o deputado Aurélien Saintoul, da esquerda radical, denunciou um "processo perigoso" com a "sobreposição da Otan" e da União Europeia.
Na extrema direita, Laurent Jacobelli (RN) criticou "um sinal de desafio à Rússia" com este processo de adesão, apresentando a Otan como uma "vitrine comercial para o complexo militar-industrial" dos Estados Unidos.
O socialista Alain David considerou que o contexto geopolítico tornava "necessária" esta adesão à Otan. Ele criticou "a chantagem odiosa da Turquia" sobre o assunto, citando o caso dos curdos.
Ancara ameaçava "congelar" o processo, acusando os dois países escandinavos de benevolência para com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seus aliados, que a Turquia considera organizações terroristas. Estocolmo e Helsinque assinaram oficialmente no mês passado o protocolo de adesão, depois de um acordo para a retirada do veto da Turquia.
A "adesão desses dois parceiros europeus contribuirá para reforçar a postura dissuasiva da Aliança Atlântica, bem como a segurança europeia," declarou através do Twitter o ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu.
A França se junta agora a "vinte aliados" que "já ratificaram os protocolos", disse a ministra das Relações Exteriores francesa, Catherine Colonna. A chefe da diplomacia francesa sublinhou a "decisão histórica e importante" da Suécia e da Finlândia, cuja "neutralidade tem sido até agora um princípio". Segundo ela, esse "ponto de virada " vem da "revolução de nossos marcos geopolíticos" com a invasão russa da Ucrânia. A Otan oferece uma "defesa coletiva" e "de forma alguma ofensiva", explicou.
Em uma mensagem no Twitter, Colonna disse “ter tido a honra de defender este texto em nome do governo. Nossa segurança está reforçada com esta adesão”, concluiu.
(Com informações da AFP)