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As empresas europeias donas de petroleiros estão transportando a maior quantidade possível de óleo cru antes da entrada em vigor da proibição da importação do petróleo da Rússia, escreveu no domingo (17) o jornal Wall Street Journal (WSJ).
Segundo as estimativas da empresa analítica Lloyd’s List Intelligence citadas pelo WSJ, os petroleiros de donos gregos, que controlam um terço da frota mundial, realizaram em maio e junho 151 escalas em portos russos nos mares Negro e Báltico, em comparação com 89 escalas nos mesmos meses de 2021.
Além disso, a grande demanda do petróleo após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia tem aumentado os fretes diários dos petroleiros Aframax, com o valor disparando de US$ 10.000 (R$ 54.097) em janeiro para US$ 40.000 (R$ 216.388), de acordo com o jornal.
"Ninguém pode dizer o que acontecerá com o mercado de petroleiros quando as sanções entrarem em vigor, mas no final pode ser positivo em termos líquidos porque a demanda por petróleo ainda é alta, e os navios provavelmente [...] viajarão distâncias maiores, o que significa que ganharão mais dinheiro", disse o chefe executivo de uma empresa de navegação grega que pediu para não ser nomeado.
Os países ocidentais têm cortado as importações de petróleo e gás russos e imposto outras restrições desde 24 de fevereiro, com o objetivo de reduzir as receitas da Rússia e tornar impossível a conclusão da operação especial. No entanto, Moscou tem respondido com maiores volumes de fornecimento de petróleo e gás para a Ásia, particularmente à Índia e à China, permitindo manter as receitas.
Em 3 de junho a União Europeia (UE) anunciou um sexto pacote de sanções "econômicas e individuais" contra a Rússia, que inclui um embargo ao petróleo da Rússia a partir de dezembro e de produtos derivados a partir de fevereiro de 2023, com o objetivo de dar tempo aos governos europeus de passarem para fontes de energia alternativas.
No entanto, a redução do fornecimento do petróleo e do gás da Rússia tem levado a uma alta dos preços energéticos no continente europeu, e já foram impostas restrições ao consumo de eletricidade, água e gás em vários países europeus, havendo inclusive temores do colapso de várias indústrias.