"Vamos cooperar com a China onde pudermos", disse Anthony Albanese a repórteres. "Mas vamos defender os interesses da Austrália quando for preciso"
Bloomberg
O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese descartou cumprir uma lista de exigências do governo chinês para melhorar as relações entre os dois países, complicando as tentativas de reparar os laços diplomáticos entre Canberra e Pequim.
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| O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese fala em uma conferência de imprensa em Canberra na segunda-feira. Foto: Mick Tsikas/AAP/dpa |
Falando em uma coletiva de imprensa em Canberra na segunda-feira, Albanese disse que a Austrália "não responde às demandas" quando perguntado sobre uma declaração do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que listou quatro "ações" pelas quais a Austrália poderia melhorar seu relacionamento com Pequim.
Entre eles estava a necessidade de a Austrália ver a China como um "parceiro e não como um rival", buscando um terreno comum "enquanto reservava diferenças" e não "sendo controlada por terceiros". Wang fez sua declaração depois de se encontrar com a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, na sexta-feira, a primeira reunião desse tipo entre os principais diplomatas das duas nações desde 2019.
Na segunda-feira, Albanese disse que a Austrália "responderia ao nosso próprio interesse nacional". "Vamos cooperar com a China onde pudermos. Quero construir boas relações com todos os países. Mas defenderemos os interesses da Austrália quando for necessário", disse ele.
A Austrália vem tentando reparar as relações diplomáticas danificadas com seu maior parceiro comercial desde que o Partido Trabalhista de centro-esquerda de Albanese ganhou uma eleição nacional em maio. No entanto, ambos os lados ainda culpam em grande parte o outro pela precipitação original, com Wang dizendo que a "causa raiz das dificuldades" foi o governo anterior sob o primeiro-ministro Scott Morrison.
Depois que o governo de Morrison pediu uma investigação internacional sobre o Covid-19 em abril de 2020, Pequim impôs sanções comerciais a um grande número de exportações australianas, incluindo vinho, cevada e carvão.
Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa de ambos os países se reuniram no último mês para reforjar laços diplomáticos. No entanto, Albanese disse que qualquer novo aquecimento nas relações exigirá que as sanções comerciais sobre as exportações australianas sejam levantadas.
Até o momento, a China não demonstrou interesse em remover as medidas punitivas, recusando uma oportunidade de se encontrar com o ministro do Comércio da Austrália, Don Farrell, em Genebra, em junho.
