Sputnik
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e os países da União Europeia (UE) estão discutindo o estabelecimento de um mecanismo de rastreamento de armas devido ao temor de que as armas fornecidas à Ucrânia acabem em mercados clandestinos, informou o Financial Times nesta terça-feira (12).
Desde que a Rússia lançou sua operação militar na Ucrânia, em 24 de fevereiro, os países ocidentais transferiram ou se comprometeram a fornecer mais de US$ 10 bilhões (R$ 54,3 bilhões) em assistência militar a Kiev.
De acordo com a publicação, vários Estados da OTAN estão discutindo com Kiev o estabelecimento de um sistema para rastrear o fornecimento de armas, que será incluído em inventários detalhados.
A matéria segue na esteira de diversas denúncias feitas pela Rússia, que alertou sobre os riscos do fluxo contínuo de armas do Ocidente para a zona de conflito na Ucrânia, dizendo que isso adiciona combustível ao conflito e atrapalha as perspectivas do processo de negociação.
Até mesmo Kiev reconhece que a ajuda do exterior destinada à Ucrânia já está sendo vendida. O diretor do Departamento de Segurança Econômica ucraniano, Vadim Melnik, informou na última semana que foram detectados vários casos de venda de ajudas humanitária e militar do Ocidente.
Os problemas são inúmeros. Além de grande corrupção, parte do material recebido está incompleta, enquanto outros equipamentos simplesmente não podem ser adaptados às táticas ou estratégias ucranianas.
No fim de abril, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia enviou uma nota aos países da OTAN sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O ministro Sergei Lavrov afirmou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia seria um alvo legítimo para as Forças Armadas russas.