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A Indonésia revelou suas preocupações sobre a transferência de materiais e tecnologia nuclear para fins militares a qualquer Estado sem armas nucleares, em possível referência ao pacto de AUKUS.
Jacarta afirmou em um documento preparado na terça-feira (26) para a conferência da próxima semana da ONU sobre a não-proliferação nuclear, em Nova York, EUA, que quando a produção, utilização e disposição do "Urânio Altamente Enriquecido para propulsão naval nuclear" forem removidas do controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, esse material poderia ser desviado para um programa de armas nucleares.
O governo indonésio argumentou que a transferência de materiais e tecnologia nuclear poderia complicar as salvaguardas "necessárias para evitar riscos decorrentes de tais arranjos, incluindo, mas não limitado a [...] o surgimento de novos tipos de armas de destruição em massa (ADM), derivadas da combinação de materiais nucleares e armas convencionais".
Sem mencionar o AUKUS, a Indonésia disse que se preocupa seriamente com a questão da tecnologia de propulsão naval nuclear.
"A Indonésia nota com preocupação as consequências potenciais do compartilhamento da capacidade submarina nuclear com o regime global de não-proliferação", indica o documento, sublinhando que isso "poderia potencialmente estabelecer precedência para outros arranjos similares".
Assinado em setembro de 2021, AUKUS é um pacto trilateral que permite aos EUA e ao Reino Unido compartilhar tecnologias de ponta com a Austrália para desenvolver submarinos nucleares, com o objetivo aparente de conter a capacidade naval da China na Ásia-Pacífico.
Dias antes, Joko Widodo, presidente da Indonésia, visitou a China para assinar uma série de acordos que reforçam os laços econômicos entre os dois países.