RFI
O governo francês defende que os membros do bloco cheguem a um acordo para vincular os objetivos de queda do consumo à capacidade de exportação de cada um dos países membros. A ministra francesa fará essa proposta durante o conselho extraordinário dos ministros europeus encarregados da energia, nesta terça-feira (26). Contrariamente à Alemanha, a França não tem problemas de abastecimento de gás e depende pouco da Rússia.
Diminuindo o consumo, o país terá gás excedente, que poderia ser exportado, mas esta capacidade é limitada pelo tamanho dos gasodutos existentes. Segundo estimativas do governo francês, não será possivel exportar 15% do produto que sobrar para a Alemanha.
O plano de Bruxelas, que ainda deve ser validado pelos Estados membros, prevê que cada país faça o possível para reduzir, entre agosto de 2022 e março de 2023, o consumo de gás em pelo menos 15% em relação à média dos cinco últimos anos no mesmo período. Em caso de risco de grave escassez, Bruxelas poderia ativar um mecanismo de alerta que tornaria a redução do consumo obrigatória para os 27 países-membros.
Países se opõem a medidas
Os detalhes devem ser discutidos durante a reunião em Bruxelas, mas vários paises se opõem às medidas. Entre eles, a Espanha, a Grécia e Portugal. A França insiste que é importante ser "solidária" com a Alemanha, dependente do gás russo, e lembra que as duas economias são tecnicamente "muito ligadas", segundo o gabinete da ministra.
"Vamos fazer o máximo possivel para ajudar nossos parceiros europeus, mas não adianta nada fazer esse tipo de esforço extra. Isso não influenciaria nossa capacidade de ajudar os países vizinhos", ressaltaram os colaboradores. A França espera que esse mecanismo de alerta, que gera uma redução obrigatória do consumo, continue sendo submetida à aprovação dos Estados.
(Com informações da AFP)