Sputnik
A visita de Nancy Pelosi a Taiwan, prevista para o mês que vem, pode ser a viagem da mais alta delegação norte-americana à ilha autogovernada ao longo dos últimos 25 anos.
No âmbito da política de Uma Só China, Pequim se manifesta contra quaisquer formas de contatos oficiais entre Taiwan e governos estrangeiros, tendo avisado os EUA que tomaria "medidas resolutas" caso a visita de Pelosi seja realizada.
Em uma declaração publicada por Keating, que é também ex-líder do Partido Trabalhista australiano, Pelosi é chamada de "terceira personalidade mais importante" na política norte-americana. Além disso, salienta-se que Pelosi, segundo a mídia australiana, persiste em realizar a visita, apesar dos conselhos contrários dos funcionários da administração Biden.
"Ao longo do espectro político inteiro, não há nenhum observador das relações entre a China [continental] e Taiwan que duvide que tal visita da presidente do Congresso norte-americano possa se transformar em combates militares", destacou Keating.
O ex-líder australiano lembrou que Washington e os seus parceiros regionais, tais como Camberra, ao longo de muitos anos que têm optado pela "única opção viável disponível nas relações através do estreito", que prevê que Pequim e Taipé "giram a situação" por meios pacíficos.
"A visita de Pelosi ameaça destruir tudo o que havia antes", diz a declaração.
Embora Pelosi ainda não tenha confirmado a visita oficialmente (pela primeira vez a visita foi anunciada pelo Financial Times), na semana passada a política norte-americana afirmou que "para nós é importante demonstrar apoio a Taiwan".
As críticas firmes de Keating foram publicadas também em resposta às preocupações de Joe Biden sobre a visita de Pelosi, que ele tinha pronunciado há alguns dias. "Os militares não acreditam que seja uma boa ideia neste momento", afirmou Biden aos jornalistas na semana passada.
O Ministério das Relações Exteriores chinês tem declarado várias vezes, ao longo da última semana, que a viagem de Pelosi, caso seja realizada, vai acarretar "um sério impacto negativo sobre a base política das relações entre os Estados Unidos e a China", enviando "uma mensagem absolutamente incorreta às forças separatistas [que se manifestam] a favor da independência de Taiwan".
Pequim também reiterou na semana passada a sua rejeição à Lei sobre as Relações com Taiwan, que, de acordo com Washington, determina sua política de Uma Só China, além dos três comunicados conjuntos já existentes e seis garantias oficiais.
"A chamada 'Lei sobre as Relações com Taiwan' é uma legislação interna adotada pelos Estados Unidos unilateralmente [...] A China nunca reconheceu essa lei e sempre a rejeitou", disse na semana passada o representante oficial da diplomacia chinesa, Zhao Lijian.