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"É importante que sejamos capazes de continuar a gerenciar a situação com prudência para evitar um conflito e que mantenhamos a comunicação sobre essa questão", disse Blinken durante uma coletiva de imprensa. Ele lembrou que o assunto, apesar das divergências entre os dois países, é discutido de forma pacífica "há mais de 40 anos."
O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, pediu que o diferendo sobre Taiwan seja abordado de forma pacífica entre EUA e China AP - Andrew Harnik |
A China anunciou, neste sábado (30), a organização de um exercício militar no estreito de Taiwan, que seria uma reação à possível visita da deputada americana. As manobras serão limitadas e acontecerão na ilha de Pingtan, na província de Fujian, no leste, situada a cerca de 120 quilômetros de Taiwan.
A China estima que Taiwan, uma ilha de cerca de 23 milhões de habitantes, é uma de suas províncias, que o país ainda não conseguiu reunificar ao restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa (1949). O governo chinês se opõe às iniciativas das autoridades taiwanesas que visam obter legitimidade internacional e considera a visita de Pelosi como uma provocação do governo americano.
"Quem brinca com fogo acaba se queimando"
"Quem brinca com o fogo acaba se queimando", declarou nesta quinta-feira o presidente chinês Xi Jinping ao americano Joe Biden, por telefone, sobre Taiwan. Os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com Taïpei , mas vendem as armas à ilha e elogiam seu regime democrático.
O general Mark Milley, o chefe do Estado Maior das forças americanas, declarou à imprensa que se a deputada Nancy Pelosi viajar para o país terá o apoio militar necessário para que "a segurança de sua visita" seja assegurada.
As tensões em torno desta viagem são apenas parte do problema. Os Estados Unidos temem que o presidente Xi Jinping esteja considerando o uso da força para impor o controle sobre Taiwan. Até pouco tempo atrás, uma invasão era considerada improvável, mas observadores internacionais agora não descartam essa hipótese.
Evitar o conflito
Segundo a Casa Branca, o principal objetivo de Biden é estabelecer "salvaguardas" para as duas superpotências para evitar um conflito aberto. Nenhuma decisão foi tomada na conversa desta quinta-feira sobre a questão das tarifas de 25% impostas pelo ex-presidente americano, Donald Trump, sobre bilhões de dólares em produtos chineses.
Sobre o tema, Biden levantou preocupações com Xi "sobre as práticas injustas da China que prejudicam trabalhadores e famílias americanas, mas não discutiu possíveis medidas que poderia tomar", declarou a funcionária americana aos jornalistas.
(Com informações da AFP)