Por Tom Balmforth e Max Hunder | Reuters
KIEV - À medida que as entregas de armas de longo alcance do Ocidente começaram a ajudar a Ucrânia no campo de batalha, foguetes e mísseis russos têm atingido cidades em ataques que, segundo Kiev, mataram dúzias de pessoas nos últimos dias.
Continua o ataque da Rússia à Ucrânia, em Odesa © Reuters/STATE EMERGENCY SERVICES OF UKRA |
“Não são apenas ataques com mísseis por ar e mar”, disse Vadym Skibitskyi, porta-voz da inteligência militar da Ucrânia, na noite de sábado. “Vemos bombardeios em toda a linha de contato, toda a linha de frente. Há um uso ativo de aviação tática e helicópteros de ataque”.
“Claramente, há preparações em andamento para a próxima etapa da ofensiva”.
O Exército ucraniano disse que a Rússia parecia estar reagrupando unidades para uma ofensiva contra Sloviansk, uma cidade simbolicamente importante controlada pela Ucrânia na região de Donetsk, no leste.
O ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que a Rússia também estava reforçando suas defesas em regiões que ocupa no sul da Ucrânia, após pressão das forças ucranianas e promessas de líderes ucranianos de expulsar a Rússia.
A Ucrânia diz que pelo menos 40 pessoas foram mortas em bombardeios russos em áreas urbanas desde quinta-feira, à medida em que a guerra iniciada pelo presidente russo Vladimir Putin em 24 de fevereiro se intensifica.
Dúzias de parentes e moradores locais foram ao funeral de Liza Dmytrieva, de quatro anos, na cidade ucraniana de Vinnytsia, na região central, neste domingo. A garota foi morta em um ataque com míssil contra Vinnytsia na quinta-feira que matou 24 pessoas, segundo autoridades ucranianas.
OITO ANOS DEPOIS
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Rússia continuava semeando luto e morte em solo ucraniano, oito anos depois de derrubar o voo MH17, da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, em 17 de julho de 2014.
Investigadores internacionais disseram que o avião foi derrubado por um míssel provavelmente atirado por uma milícia apoiada pela Rússia na região.
Zelensiy disse que seus pensamentos estavam com os parentes dos mortos e que nada passaria sem punição. “Todo criminoso será levado à Justiça!”, escreveu no Twitter.
Moscou, que chama a invasão de “operação militar especial” para desmilitarizar sua vizinha e erradicar nacionalistas, diz que usa armas de alta precisão para degradar a infraestrutura militar da Ucrânia e proteger sua própria segurança. A Rússia negou repetidas vezes que está deliberadamente tentando acertar civis.