France Presse
Dois governos rivais disputam atualmente o poder no país árabe e rico em petróleo do norte da África, um com sede em Trípoli e outro na cidade central de Sirte.
O general Abdelrazzak al-Nadhouri, segundo no comando das forças leais ao homem-forte do leste, Khalifa Hafter, visitou Trípoli na segunda e na terça-feira para se reunir com seu homólogo no oeste do país, o general Mohammad Ali al-Haddad.
"É necessário nomear um único chefe de Estado-Maior para a instituição militar e começar a reunificação do exército", disseram os dois responsáveis militares em uma declaração conjunta após o encontro.
A reunião permitiu um avanço nos trabalhos da chamada comissão militar 5+5 - integrada por oficiais militares de cada uma das partes rivais -, incluído o polêmico tema dos combatentes estrangeiros que deveriam ter saído do país após o cessar-fogo de outubro de 2020.
As partes também acordaram nesta terça-feira realizar patrulhas fronteiriças, inclusive no sul, para frear o fluxo de migrantes e erradicar as redes de contrabando e tráfico humano.
"Estou esperançosa pelo resultado da reunião entre o general Haddad e o general Nadhouri", escreveu Stephanie Williams, a principal enviada da ONU para a Líbia, no Twitter. "Seu espírito de cooperação e compromisso é um modelo para a classe política", acrescentou.
A Líbia está em crise há mais de uma década e vivenciou diversos episódios de conflito armado após a derrubada do ditador Muammar Kadafi em um levante apoiado pela Otan em 2011.
As eleições presidenciais e legislativas estavam programadas originalmente para dezembro de 2021, para concluir um processo de paz patrocinado pela ONU, após o último episódio de combates em larga escala em 2019 e 2020.
No entanto, as eleições foram adiadas indefinidamente devido a fortes diferenças em torno de candidatos controversos e das normas de participação.
O leste e parte do sul da Líbia estão sob o controle 'de facto' de Hafter, que fez uma tentativa fracassada de tomar a capital entre 2019 e 2020.