TASS
MOSCOU - A Bulgária não segue uma política independente há muito tempo e sua decisão de expulsar 70 diplomatas russos foi tomada sob a pressão de forças externas, disse o representante permanente da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizhov, nesta sexta-feira.
Representante Permanente russo na UE Vladimir Chizhov © Sergei Bobylev/TASS |
"Acho que pode-se falar sobre a política externa independente da Bulgária apenas no que diz respeito ao passado remoto", disse ele em entrevista ao canal de televisão Rossiya-24, comentando as palavras da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova de que a Bulgária havia tomado essa decisão a pedido de forças externas.
Segundo Chizhov, o apoio da Bulgária aos passos da OTAN e sua votação a favor das sanções anti-russas também indica sua dependência política. Ele criticou a decisão de expulsar diplomatas russos como estranha e alertou para não chegar à conclusão sobre o rompimento das relações diplomáticas entre Moscou e Sófia.
Na terça-feira, as autoridades búlgaras anunciaram sua decisão de declarar 70 diplomatas russos e funcionários técnicos de missões diplomáticas russas personae non grate e expulsá-los do país. Essas pessoas e seus familiares, 200 pessoas ao todo, devem deixar o país até 3 de julho. Significa que o trabalho da embaixada russa e consulado-geral na Bulgária está praticamente parado.
Na quinta-feira, a embaixadora russa na Bulgária Eleonora Mitrofanova enviou uma nota ao Ministério das Relações Exteriores búlgaro exigindo que essa decisão fosse cancelada por ter "caráter sem precedentes, escandaloso, absolutamente sem fundamento e provocativo, o que mina a base das relações entre os dois Estados". Ela disse na sexta-feira que o Ministério das Relações Exteriores búlgaro ignorou sua nota, e ela está procurando levantar a questão do fechamento da embaixada em Sófia diante do governo russo.