France Presse
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo da ONU, informou aos Estados membros que a República Islâmica começou a "alimentar a cascata de centrífugas modernas" na usina de Fordo, modificadas recentemente para ganhar eficiência.
Imagem de satélite da empresa Maxar Technologies, divulgada em 8 de janeiro de 2020, mostra a central de enriquecimento de urânio de Fordo, nordeste do Irã |
O avanço permite "mudar mais facilmente a configuração da cascata" e passar rapidamente de um nível de enriquecimento para outro, explicou a AIEA em um relatório em maio.
A agência das Nações Unidas é responsável por vigiar o cumprimento dos compromissos assumidos entre o Irã e as potências mundiais em 2015, que motivou a retirada das sanções econômicas ocidentais contra Teerã em troca de restrições das atividades nucleares iranianas.
Mas após saída dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a presidência de Donald Trump, e o retorno das sanções, o Irã começou a se afastar progressivamente de suas obrigações.
E as negociações retomadas em 2020 estão paralisadas.
No início de 2021, o Irã anunciou o início do processo para produzir urânio enriquecido a 20% em Fordo, muito acima dos 3,67% estabelecidos no Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015.
Meses depois, o país superou 60% e se aproximou de 90%, nível necessário para desenvolver uma bomba atômica (intenção que Teerã nega).
O tema será abordado pelo presidente americano Joe Biden em sua visita ao Oriente Médio na próxima semana.
"Meu governo continuará aumentando a pressão diplomática e econômica até que o Irã esteja pronto para voltar a respeitar o acordo", escreveu Biden em uma coluna publicada pelo jornal Washington Post no sábado.